Educador do Benin visita Colégio Estadual Nelson Mandela em Periperi e fala sobre identidade e ancestralidade

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Foto: divulgação
A comunidade escolar do Colégio Estadual Nelson Mandela, localizado no bairro de Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, fez uma grande festa para receber, nesta quarta-feira (14), a visita do africano Olabiyi Babalola Joseph Yai. Nascido no Benin, Olabiyi é especialista em línguas africanas, literatura, alfabetização, poesia oral e cultura de Diásporas Africanas. O educador, que foi presidente do Conselho Executivo da UNESCO e reitor do Departamento de Línguas Africanas da Universidade da Flórida, percorreu as dependências da unidade e conversou com estudantes e comunidade sobre a importância das ações afirmativas na escola. Na oportunidade foram realizadas oficinas de Literatura Africana e apresentações musicais com a fanfarra escolar.
 
O professor Olabiyi Yai, que veio a Salvador realizar palestras em universidades sobre o tema "O Significado da África no Brasil", destacou a importância da discussão com estudantes da Educação Básica sobre identidades e ancestralidade. “É fundamental para vocês manterem esse contato próximo com a ancestralidade africana que está na cultura, na religião e na sociedade em geral. Para nós, esta relação também se torna muito significativa, pois podemos trocar experiências e debater assuntos em comum aos nossos interesses. Com certeza temos que trazer essa discussão para a escola pública”, disse.
 
A estudante do 2º ano do Ensino Médio, Daislane Conceição, 17 anos, falou sobre o alcance de uma visita tão representativa como à escola. “Temos 90% da nossa população de origem africana, então acho fundamental estarmos debatendo a valorização das nossas origens. Fico feliz porque a cultura afro está mais forte, mas ainda temos muito a fazer para quebrar barreiras e preconceitos”, contou. 
 
A gestora do Nelson Mandela, Olívia Costa, falou que estava emocionada pela unidade escolar ter sido escolhida para ser visitada por Olabiyi Babalola Joseph Yai. Ela disse que as ações afirmativas e voltadas para a Educação das Relações Étnico-raciais são desenvolvidas cotidianamente na escola como parte do currículo, mas é fundamental que se amplie as discussões no contexto do Novembro Negro. “Temos uma programação durante todo o ano abordando essas questões de valorização da cultura negra, pois acreditamos que a unidade tem esse conceito, principalmente pela sua localização no Subúrbio Ferroviário de Salvador. E hoje, preparamos todo este movimento para potencializar o debate com a ilustre presenta deste grande educador”, afirmou. 

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