Projeto promove restauração de acervo bibliográfico do Colégio Central

O acervo bibliográfico do Colégio Estadual da Bahia – Central, localizado no bairro de Nazaré, em Salvador, está em processo de restauração pela Secretaria da Educação do Estado, como parte de um projeto, iniciado em 2012, que prevê a criação do Memorial do Colégio Central. O acervo, que ajuda a contar a história da Bahia, é composto por seis mil volumes e estava fechado por cerca de 20 anos. A biblioteca inclui obras de história, biologia e literatura, que ajudaram a formar nomes como Glauber Rocha, Cid Teixeira, Elsimar Coutinho, Carlos Corrêa de Menezes Sant’anna e Carlos Marighella. A unidade escolar, com mais de 100 anos de fundação, é o primeiro colégio público de ensino médio do Brasil.

“Essa biblioteca acompanhou a formação de muitos nomes. O nosso trabalho consiste em dar mais resistência a esses livros, para que eles possam viver mais e para que os estudantes de hoje possam conviver com o passado”, explica a coordenadora de Organização e Salvaguarda do Acervo Histórico do Colégio Central, Graça Ribeiro, lembrando que esta será uma biblioteca de consulta.

Fotos: Claudionor Junior Ascom/Educação
A biblioteca reúne obras como a Flora Brasiliensis (1840), editada pelos alemães Carl Friedrich Philipp Von Martius, August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban, com a participação 65 especialistas de vários países. A obra é, até hoje, a principal referência dos pesquisadores no estudo da flora brasileira, especialmente na floresta amazônica. O acervo guarda, ainda, volumes da História da Colonização Portuguesa no Brasil (1921), de Carlos Malheiros Dias, e The History of the Other Great Empires of Asia (1798), entre outras obras.

Restauro – De acordo com Graça Ribeiro, o primeiro passo para a recuperação do acervo foi a implantação de um pequeno laboratório de restauro dentro da escola. “No início do trabalho, além da nossa equipe de seis pessoas, contamos com a colaboração de um especialista em papel. Em nosso laboratório, nós realizamos pequenos reparos, e as obras raras são encaminhadas para uma empresa de restauração”.

Até chegar à prateleira, os livros passam por três etapas: avaliação, seleção e descarte das obras, para verificar o que ainda pode ser utilizado e o que não tem mais condições de restauro; a higienização, que é a limpeza dos livros; e a realização de pequenos reparos ou o encaminhamento da obra para uma restauração mais completa. Segundo a coordenadora, da salvaguarda do acervo de papel, o projeto ainda prevê a digitalização das obras que irão compor o Sistema de Bibliotecas do Estado da Bahia, do qual a Biblioteca do Colégio Central já faz parte. Além dos livros, o projeto prevê, em uma segunda etapa, a restauração de móveis e placas que compõem a história da unidade escolar.

Memorial do Central – A restauração do acervo da biblioteca é um subprojeto do Memorial do Colégio Central, que contempla, ainda, o Acervo Histórico do Colégio, com os livros de registros dos estudantes, fotografias e outros documentos; a Pinacoteca, com 96 telas de ex-professores e diretores; Galeria de Arte; Cineteatro; Laboratório de restauração; espaço para lançamento de produtos culturais; espaço para seminários; espaço para capacitação e a criação de um site. “O primeiro objetivo do Memorial é o de revitalizar a escola. Ele será um centro de difusão cultural que vai oferecer à cidade um espaço de discussão”, revela a coordenadora do projeto, Débora Kelma de Lima.

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