Secretaria da Educação acata solicitação da comunidade estudantil e altera nome de escola em Salvador

Em meio à programação de diversas atividades alusivas aos 50 anos do Golpe Militar de 1964, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia publicou, na última sexta-feira (14/02), portaria Nº 865/2014, que altera o nome do Colégio Estadual Presidente Garrastazu Médici, localizado no Stiep, em Salvador, para Colégio Estadual Stiep Carlos Marighella. A decisão atende à vontade da comunidade escolar, que realizou eleição e se mobilizou com este objetivo.

“A mudança era uma intenção antiga”, revelou a diretora da unidade, Aldair Almeida Dantas. Segundo a gestora, com essa motivação, a comunidade escolar iniciou o planejamento e a realização de uma série de ações, que culminaram com a eleição do novo nome. “Fizemos uma consulta para saber se a mudança ainda era um desejo da comunidade. Fizemos um trabalho de apresentação do presidente Garrastazu, para que os estudantes conhecessem essa personalidade. Os novos nomes foram sugeridos em reunião de colegiado escolar e colocados em votação”, contou.

Os estudantes se envolveram no processo e, durante o ano letivo, realizaram uma pesquisa sobre a história de Milton Santos e Carlos Marighella, dois nomes sugeridos pelo colegiado escolar. “Essa mudança é mais que uma mudança de nome. É uma mudança de hábito, de ânimo dos estudantes. Eles estão se engajaram em todo o processo e puderam operar com a motivação por fazer uma mudança na história do nosso Estado”, frisa a diretora.

Carlos Marighella – Nascido em Salvador, no dia 5 de dezembro de 1911, Carlos Marighella foi um político, guerrilheiro e poeta brasileiro, que se destacou entre os principais organizadores contra o regime militar instituído a partir do golpe de 1964. O revolucionário tornou-se militante profissional em 1934 e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na reorganização do Partido Comunista Brasileiro e fundou, em 1968, a Aliança Libertadora Nacional (ALN). Marighella foi morto em uma emboscada preparada pelos militares, no dia 4 de novembro de 1969.

50 anos do golpe militar de 1964 – Lançado pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, em julho de 2013, o projeto Ditadura Militar Direito à Memória – 50 anos do golpe militar de 1964 busca fomentar, nas unidades escolares, a discussão sobre esse período da história do país. Professores e estudantes do ensino médio são convidados a condensar suas reflexões e experiências em material audiovisual, que será exibido em uma mostra de vídeos nos dias 2, 3 e 4 de abril de 2014.

Os vídeos podem ter conteúdo artístico-literário, incluindo peças teatrais, textos, músicas, poesia, pintura, desenho, charges e cordel. A seleção inicial fica sob a responsabilidade da Direc e a avaliação vai observar critérios como a adequação linguística, conteúdo compatível com o tema proposto, correção gramatical, criatividade, estilo, estrutura textual, vocabulário e qualidade literária. Também podem ser feitos registros de visitação em espaços públicos que foram utilizados como centros de prisão e tortura, ou, ainda, a gravação de depoimentos e entrevistas com ex-presos políticos e familiares.

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