O programa Todos pela Alfabetização (Topa) tem novos desafios no município de Jeremoabo, na Bahia. A localidade conta nesta quarta etapa (2011/2012) com duas turmas diferenciadas que demonstram a abrangência e, também, a diversidade do programa. Um grupo é formado exclusivamente por idosos do Abrigo São Vicente de Paula, enquanto outro conta com estudantes portadores de necessidades educativas especiais, no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Renascer. Ambas são parcerias da Secretaria da Educação do Estado da Bahia no município.

“Além do nosso desafio de alfabetizar, dentro deste grande universo, vamos encontrando especificidades em cada município, como acontece na cidade de Jeremoabo. Precisamos considerar as especificidades de cada região para garantir que todos possam participar efetivamente do programa, sempre adequando todas as necessidades que encontramos”, disse Elenir Alves, coordenadora do programa Topa na Bahia.

No Abrigo São Vicente de Paula, além das aulas regulares, os estudantes contam com oficinas diversas, como pintura e desenho. “Eu gosto muito mesmo das aulas. Aprendi o alfabeto, já sei até escrever o meu nome. E a minha cabeça melhora muito com os assuntos que a professora explica. Todo mundo aqui acha as aulas ótimas”, afirma a estudante Valdeci de Jesus, de 57 anos, a aluna mais nova da turma.

Para Maria Helena Barbosa Varjão, presidente do abrigo, as aulas também ajudam no bem-estar dos idosos. “É perceptível a inclusão deles não só em seu meio educacional, como também em seu meio social. A implantação do Topa no abrigo proporciona um conhecimento que eles não estavam tendo até o momento. É uma forma também de ocupar o tempo de forma extremanente positiva, com novas descobertas”, afirma.

Centro Psicossocial – O Topa também conta com um trabalho voltado exclusivamente para estudantes com necessidades educativas especiais. O crescimento no aprendizado e na motivação dos alunos é visível no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Renascer. “Assim que os alfabetizandos começaram a ser assistidos pelos profissionais do Topa, foi possível verificar que eles respondem bem à dinâmica da prática pedagógica que contempla o conhecimento. Observamos que a tal aclamada inclusão será uma consequência positiva do excelente trabalho educacional que estamos empreendendo juntos”, disse Ana Lívia Fernandes, psicóloga do centro.

Além das aulas regulares, os estudantes também contam com oficinas extras de desenho e artesanato. “Eu gosto de várias coisas, principalmente de pintar, desenhar e escrever. Também estou aprendendo a ler. É motivante”, afirma o aluno João Domingos de Jesus, de 22 anos.

Números – De 2007 até o momento, o Topa já beneficiou 936 mil pessoas em todo o Estado, graças à parceria das prefeituras e das entidades dos movimentos sociais e sindicais, além das universidades públicas e privadas. A meta do governo é alfabetizar mais de um milhão de pessoas nos próximos quatro anos.