Arte e cultura marcam o Novembro Negro nas escolas estaduais

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Fotos: divulgação
É com muita arte e cultura que os estudantes das escolas estaduais estão participando de uma série de atividades alusivas ao Novembro Negro 2018, mês em que é celebrado o Dia da Consciência Negra (20). Os estudantes do Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes, localizado no bairro do Cabula, em Salvador, por exemplo, estão envolvidos em apresentações de dança, peças teatrais e saraus de poesia, entre outras ações voltadas à temática, a exemplo de rodas de conversa e palestras, que começaram nesta semana e segue até o dia 23 de novembro, por meio do projeto “A coisa está ‘preta’ no Francisco”.
 
O pátio do Colégio se transformou em um grande palco para o protagonismo estudantil, onde questões como o combate ao racismo e o pertencimento da identidade étnico-racial estão sendo evidenciadas. Para se ter uma ideia, nos últimos três dias, a programação envolveu apresentações dos projetos “Resiste Quilombo do Cabula” e “Configurando Identidade: reflexo da diáspora africana”. Na segunda-feira (12), será apresentado o projeto “Entra na roda e ginga: Capoeira patrimônio imaterial”.
 
O estudante Pedro Vinícius Carvalho, 14, 9º ano do Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes, fala sobre a importância do Novembro Negro para o seu crescimento como cidadão. “Percebo que temos que nos fortalecer cada vez mais para nos percebermos como pessoas que têm direitos sociais. A roda de conversa que tivemos com uma aluna de Medicina, negra como eu, foi um exemplo muito importante, porque nos sentimos representados e ver que todos nós negros e da periferia somos capazes de alcançar os nossos sonhos”. A colega Louis Lenny Oliveira, 14, completou: “As atividades que estão sendo realizadas na nossa escola têm sido muito importantes porque nos incentiva a buscar o que queremos e aumenta a nossa autoestima”.
 
A professora de Geografia da unidade escolar, Fabiane Couto, explica que as atividades estão inseridas no projeto “A coisa está ‘preta’ no Francisco”, que inclui, além das palestras, apresentação do poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, na segunda (12), exposição de desenhos feitos pelos alunos com o tema “Banzo: um estado de espírito do negro”, dia 19/11, e desfile para a escolha do garoto e da garota quilombola 2018, no dia 22/11. “O projeto surgiu da minha inquietação como educadora, mulher, negra e oriunda da periferia de estimular os nossos estudantes a pensarem e debatendo temas que fazem parte do seu dia a dia e o mais importante é que eles se apropriam do conteúdo e se tornam multiplicadores”, relata. Ela destaca, ainda, a palestra com a estudante de Medicina, Viviane Cardoso.
 
A comunidade escolar do Colégio Estadual Nova Esperança também está empenhada com a s atividades do Novembro Negro. Na segunda (12), às 8h30, o tema é “História da cultura afro-baiana” e às 13h30 é sobre “Sua compreensão enquanto negro na sociedade soteropolitana”. Pela tarde, às 8h30, a palestra vai ser como “Igualdade racial e racismo” e às 13h30, sobre “Violência contra mulher”. A estudante Lara Estevo, 14, 8ª ano, fala sobre as ações que estão sendo desenvolvidas na escola. “Acho muito importante toda essa discussão porque sou afrodescendente e temos que fazer com que as pessoas entendam que não somos uma classe inferior. Temos que denunciar o racismo e não permitir que ninguém baixe a nossa autoestima. Mas para isso precisamos nos conscientizar”. A professora de Ciências Biológicas, Lara Bessa, complementa: “Nosso projeto visa, justamente, falar da importância da situação do negro em uma sociedade racista. Então, nosso trabalho se volta ao empoderamento focado no cabelo crespo e no colorismo (várias tonalidades de pele negra)”, relata.

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