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Balé Folclórico da Escola Parque realça a cultura afrodescendente
Dançarinos do Balé Folclórico da Escola Parque se apresentaram no palco do teatro da unidade escolar trazendo o vigor da cultura de herança afrodescendente para uma plateia formada por estudantes, professores e moradores do bairro da Caixa D´Água e adjacências. O espetáculo é atividade de culminância do curso de balé, implantado no ano passado, no formato de oficina do programa Mais Educação, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia.
Em cena, oito bailarinos e músicos percussionistas, todos estudantes da Escola Parque, sob a direção dos professores Marlon Oliver (ex-aluno da unidade) e Ana Paula Rodrigues. Na apresentação, com duração de 40 minutos, os dançarinos mostraram cinco quadros ligados às manifestações do folclore baiano e da cultura africana: dança dos orixás (ritual do candomblé); puxada de rede, maracatu; capoeira e samba de roda. Antes do balé, a estudante Ana Paula Rezende e a professora de música Mônica Corrêa interpretaram músicas conhecidas da MPB.
“A escola tem um papel importante de fortalecer a nossa cultura e de formar opinião. Dedicimos montar um balé folclórico por estarmos inseridos em uma comunidade em que a maioria de sua população é formada por afrodescendentes e, com isso, criamos possibilidades de, por meio da dança, a história e a cultura afro e indígena serem estudadas, respeitadas e valorizadas, de acordo com a lei 11.645/2008”, afirmou o diretor da Escola Parque, Gedean Ribeiro.
A coordenadora do Núcleo de Pluralidade Artística da Escola Parque, responsável pela realização do espetáculo do Balé Folclórico da Escola Parque, Elaine Ribeiro de Souza, ressaltou a importância do grupo: “Nosso balé é fruto do reconhecimento do valor das raízes culturais africanas, dentro de um bairro popular e formado por uma população afrodescendente, na sua maioria”.
Balé afro – O espetáculo do Balé Folclórico foi apresentado por dançarinos de diferentes faixas etárias. “Nosso corpo de balé tem bailarinos de 10 a 55 anos e, para eles, promovemos aulas teóricas e práticas, visando à valorização das nossas origens”, enfatizou a diretora do balé, Ana Paula Rodrigues. Marlon Oliver, que divide com ela a tarefa de dirigir a montagem, enfatizou que a proposta da montagem é “mostrar as origens africanas, valorizando a etnia e cultura do povo afrodescendente”.
Débora Santos, 10 anos, era só entusiasmo, antes de entrar em palco: “Me sinto artista, aprendi muitos movimentos, estou muito feliz”. Dona Rita Maria Santa Rosa, 55 anos, também era só orgulho: “Desde que entrei para o balé, sou outra pessoa. Me sinto muito bem, mais disposta e já até perdi peso. Estou super feliz”.
Na plateia, atento ao espetáculo, Rumarques Ribeiro Severo, 47 anos, morador da Caixa D´Água e aluno das oficinas de dança de salão, teclado/piano e coral da Escola Parque disse que o incentivo às artes é muito positivo no trabalho realizado pela unidade escolar. “A arte é a força que determina todos os movimentos da vida. Sem ela, não temos emoção, nem energia”. Sua mãe, Maria Lina, 83 anos, conhecida como dona Lili, era ainda mais entusiasmada: “Não perco um único espetáculo ou atividade nessa escola maravilhosa”, diz ela, que participa de oito oficinas de arte, na instituição.
Ex-aluna e monitora da oficina de ginástica rítmica, do programa Mais Educação, na Escola Parque, Géssica dos Santos, 19 anos, se dizia “muito honrada por fazer parte da história cultural da unidade“. A aluna das oficinas de dança de salão e handebol, Tainan Santos, 18 anos, que também assistia ao espetáculo do balé, comemorava a vida cultural da escola: “Quero ficar na casa o máximo de tempo que puder para desfrutar de todo esse trabalho que é realizado aqui”.
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