Colégio Central completa 178 anos promovendo o protagonismo juvenil

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Fotos: Claudionor Jr. - Ascom/Educação


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


O mês de setembro marca os 178 anos do Colégio Estadual da Bahia – Central, localizado no bairro de Nazaré, em Salvador. As escadarias da edificação secular são apenas alguns dos traços que demarcam no tempo a importância histórica deste que foi o primeiro colégio público do ensino médio da Bahia, criado pelo ato nº 33, publicado no Diário Oficial do Estado da Bahia em setembro de 1837.  
 
“Historicamente é uma escola de referência e o nosso maior desafio é estar sempre trabalhando para que essa posição seja mantida. Junto com os professores, buscamos uma gestão democrática, que engloba todos os segmentos da comunidade no intuito de contribuir para o desenvolvimento da educação”, afirma o diretor Cleber Azevedo.
 
Se, no passado, o Central estava em um local essencialmente residencial, atualmente, é cercado pelo comércio e, não à toa, o colégio abriga um projeto pedagógico diferenciado, de Educação Integral. A iniciativa da Secretaria da Educação do Estado da Bahia trabalha com a perspectiva de ampliar os tempos e espaços de formação escolar, de modo a promover a formação humana integral do estudante.  Com 525 alunos matriculados, a proposta pedagógica é também a de consolidar um currículo integrado a partir de experiências educativas, científicas, artísticas, culturais e esportivas, fortalecendo a relação da escola com a família e a comunidade.

"Junto com os professores, buscamos uma gestão democrática", Cleber Azevedo, diretor.

Composto por auditório, laboratórios de química e informática, anfiteatro, duas quadras, duas bibliotecas, sala de dança e espaço amplo, o Central fomenta cada vez mais o protagonismo juvenil. “Com a política da Secretaria da Educação, estamos podendo oferecer uma educação completa que, além das disciplinas regulares, trabalha com arte, cultura, esporte e ciências. Ou seja, mantemos o aluno na escola nos turnos matutino e vespertino aprimorando os diversos aspectos da sua aprendizagem”, afirma a professora Rovânia Moreira, articuladora da Educação Integral da unidade.
 
Uma das novidades do Central é que o Colégio também abriga o Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC), que atende, também, estudantes de outras escolas da rede estadual. O CJCC promove educação complementar em tempo integral, de forma lúdica e em espaços atrativos, visando ampliar o acesso da juventude baiana às temáticas culturais e científicas contemporâneas. Para isso, oferece aos estudantes do ensino médio, uma grande diversidade de atividades culturais e de acesso ao conhecimento científico.
 
O CJCC oferece 21 cursos e oficinas, como Cultura Geek, Game Design, Piloto Virtual, Giro da Física e Robótica. “O objetivo é agregar alunos em outro turno em que estão em sala de aula. E o CJCC Salvador estar contido inicialmente dentro de um espaço como o Central, é de extrema importância para dinamizar um local que faz parte da educação na Bahia”, fala Carla Almeida, diretora do CJCC, em Salvador.
 
No Central também funciona o Centro Noturno de Educação Junot da Silveira, com 353 estudantes matriculados. A iniciativa atende, especialmente, a estudantes trabalhadores do Ensino Médio, da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da Educação Profissional, com a proposta pedagógica pautada em três dimensões: mundo do trabalho, ciência e tecnologia e arte e cultura.

Orgulho para quem estuda

Foto: Claudionor Jr. - Ascom/Educação
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

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Pelo Colégio Central passaram professores ilustres, como o padre Doutor Antonio Joaquim das Mercês, Luiz Vianna Filho, Edgar Santos, Severino Vieira e Carlos Corrêa de Menezes Sant´Anna. Entres os estudantes mais famosos, Glauber Rocha, Calasans Neto, Elsimar Coutinho e Carlos Marighella. Da atual geração de estudantes, Isaac Esdras, 18, é representante dos estudantes no Colegiado Escolar. Ele se orgulha de fazer parte de uma escola com histórico tão rico. E sonha em fazer história da galeria de ex-alunos de sucesso. “Meu sonho sempre foi atuar na área política e com o incentivo da escola para a realização das eleições do colegiado posso trabalhar esses aspectos na própria unidade. Acredito que a nossa participação contribua para o crescimento do Central como uma respeitada instituição de ensino".

"Acredito que a nossa participação contribua para o crescimento do Central", Isaac Esdras, estudante

Paulo Eduardo, 17 anos, 3º ano e presidente do Grêmio Estudantil, também acredita neste novo momento da educação na unidade de ensino, que, por meio de diferentes iniciativas, promove o protagonismo juvenil. “Nós que estudamos no Central, temos que ter a consciência de que o aluno é um fator determinante para opinar e sugerir mudanças que estejam de acordo com nossas necessidades. Temos que ser atuantes e nos organizarmos para sermos ouvidos pelos gestores escolas”, ressalta.
 
O estudante do 2º ano, Diego da Silva, 18, representante cultural do colégio, analisa as oportunidades oferecidas pela unidade. “É impressionante o prestígio que temos com as outras escolas. Com a nossa localização e espaço conseguimos atrair eventos de esporte, música e cultura que mobilizam estudantes de todo o centro da cidade. Nós também estamos preparando a Semana Cultural, a ser realizada em outubro, que vai movimentar toda a região”.
 
Para a funcionária Lúcia Pereira Costa, bibliotecária da unidade, a participação dos alunos na busca pelo conhecimento aumenta cada vez mais. “Estou há três anos nesta função, e percebo uma melhora gradativa na procura de livros para pesquisa e consulta dos estudantes. Também estamos no processo de informatização do acervo, para agilizar todo o processo de cadastro e empréstimo de livros”, avalia.   
 
Colégio tem Memorial com obras seculares

Foto: Claudionor Jr. - Ascom/Educação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Além da biblioteca que atende os estudantes com materiais didáticos, o Colégio Central possui uma biblioteca que contém um acervo composto por seis mil volumes, que ajuda a contar a história da Bahia. Na biblioteca, estão obras como a Flora Brasiliensis (1840), editada pelos alemães Carl Friedrich Philipp Von Martius, August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban, com a participação 65 especialistas de vários países. A obra é, até hoje, a principal referência dos pesquisadores no estudo da flora brasileira, especialmente na floresta amazônica.
 
O acervo guarda, ainda, volumes da História da Colonização Portuguesa no Brasil (1921), de Carlos Malheiros Dias, e The History of the Other Great Empires of Asia (1798), entre outras obras. A restauração do acervo da biblioteca é um subprojeto do Memorial do Colégio Central, que contempla, ainda, o Acervo Histórico do Colégio, com os livros de registros dos estudantes, fotografias e outros documentos; a Pinacoteca, com 96 telas de ex-professores e diretores; galeria de arte; cineteatro; laboratório de restauração; espaço para lançamento de produtos culturais; espaço para seminários; espaço para capacitação e a criação de um site.

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