Colégio Estadual Indígena de Corumbauzinho promove 1ª Feira Nordestina – Saberes Ancestrais do Povo Pataxó

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Fotos: ASCOM SEC

 

A diversidade das culturas e a riqueza de conhecimentos, saberes e práticas, hoje reconhecidas e valorizadas como aceitação social das diferenças e do pluralismo, nortearam a 1ª Feira Nordestina – Saberes Ancestrais do Povo Pataxó. Iniciativa do Colégio Estadual Indígena de Corumbauzinho, localizado na zona rural do município de Prado, o evento, que foi realizado ao longo desta quinta-feira (24), contou com a participação de estudantes e professores da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (UESB), dentro de uma programação com debates sobre temas como organização social da comunidade; gestão democrática e participativa; e importância da graduação e pós-graduação, além de rituais indígenas e apresentações culturais.

 

A 1ª Feira Nordestina – Saberes Ancestrais do Povo Pataxó foi idealizada com o objetivo de promover o fortalecimento linguístico, cultural e histórico dos estudantes indígenas, envolvendo nesse processo a comunidade acadêmica da pós-graduação da UESB, de Vitória da Conquista, para que houvesse uma maior compreensão da realidade indígena nordestina, partindo do Povo Pataxó. Além dos alunos da Aldeia Corumbauzinho, estiveram presentes estudantes do Colégio Estadual Indígena Aksã Pataxó.

 

O diretor do Colégio Estadual Indígena de Corumbauzinho, Maicon Rodrigues dos Santos, falou sobre a importância do evento para a comunidade. “Nossa feira cumpriu um papel fundamental no sentido de dar visibilidade aos indígenas nordestinos, principais afetados pelo processo de colonização. Nesta etapa, estamos priorizando a participação dos anciãos, das lideranças, dos professores da unidade escolar e todo o corpo escolar, principalmente os estudantes”, explicou, destacando a contribuição nos debates dos docentes-doutores José Valdir e Benedito Eugenio, da Uesb, onde o gestor escolar cursa seu doutorado.

 

O estudante Juantã Braz Machado, do Colégio Estadual Indígena de Corumbauzinho, comentou sobre a importância da feira nordestina para o seu processo de aprendizagem. “Este encontro foi fundamental para reconhecermos e valorizarmos ainda mais o jeito de viver do Povo Pataxó. Temos nossas comidas típicas, como o peixe assado na patioba e a farinha que é produzida na nossa própria comunidade, como temos também nosso artesanato, a exemplo do arco e flexa e cocá, bem como nossa pintura indígena, feita com o jenipapo e urucum”. 

 

Sara Cristina Menezes Moreira, 8º ano do Ensino Fundamental II, da unidade escolar anfitriã, reforçou que a feira foi uma iniciativa bem propícia. “Precisamos de eventos como este para o fortalecimento da nossa cultura. E, para mim, é muito importante também que outras pessoas conheçam as nossas tradições, assim como gostamos de conhecer outras culturas”. Yara Santos, do 3º ano do Ensino Médio, por sua vez, falou da oportunidade de ter se aprofundado nos conhecimentos sobre sua própria cultura. “Gostei muito deste encontro, porque aprendi mais sobre a história do nosso povo, a vida dos mais antigos e coisas sobre a aldeia que eu não sabia”.

Fotos: divulgação

 

Para a estudante do Programa de Pós-Graduação em Ensino da UESB e professora da Educação Básica, Zelânia do Carmo Silva, a feira lhe trouxe a oportunidade de, por meio das diversas atividades, conhecer mais e acessar os saberes ancestrais e a diversidade da cultura dos povos tradicionais do Nordeste, especificamente dos pataxós da comunidade indígena de Corumbauzinho. “É importante o reconhecimento desses povos, que foram historicamente negados, invisibilizados na história oficial do Brasil e também nos currículos escolares. Enquanto estudantes da pós-graduação, é fundamental estreitarmos o contato com essas comunidades que têm muito a nos ensinar e, assim, promovermos processos educacionais interculturais que, de fato, reconheçam, incluam e valorizem a diversidade, a ancestralidade e as diferenças que constituem os nossos espaços escolares”, relatou

 

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