Colégios estaduais desenvolvem ações culturais pela diversidade racial

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na área remanescente quilombola, em Iguitu, localizado no município de Ibipeba, a 515 Km de Salvador, estudantes da Escola Estadual Antônio Balbino participam de uma série de atividades interdisciplinares como parte do Projeto Educação não tem cor. A ação busca resgatar e valorizar a cultura afro-brasileira com atividades voltadas ao teatro, dança, esporte, música, palestras, oficinas, filmes, saúde, entre outros. Já em Salvador, no Colégio Estadual Democrático Bertholdo Cirilo dos Reis, no bairro de Plataforma, estudantes e professores participaram, nesta quarta-feira (11), da Gincana Cultural: Diversidade e Inclusão Social.
 
Em sua sexta edição, a gincana integra as ações do Novembro Negro e envolve cerca de mil estudantes dos ensinos Fundamental e Médio da unidade escolar. A ação, que representa a culminância das atividades multidisciplinares desenvolvidas na unidade escolar durante todo o ano, conta com apresentações voltadas à temática da educação para as relações étnico-raciais e para o ensino da História e cultura afro-brasileira e africana, já incluído no currículo escolar.
 
“Por meio desta gincana, buscamos veicular e produzir conhecimentos, atitudes, posturas e valores que promovam a discussão e a consciência sobre a questão étnico-racial no nosso ambiente escolar, contribuindo para o reconhecimento e a igualdade de valorização das raízes africanas no Brasil”, explica o vice-diretor Antônio Abreu. A professora Cristina Gomes, uma das coordenadoras do projeto, destaca as atividades da gincana. “Outras atividades, como o desfile do Casal Beleza Negra, a paródia sobre a inclusão social e a apresentação de dança hip-hop, deram o tom da nossa gincana cultural”.
 
Fotos: Arquivo pessoal
O estudante Elder Lobo, 18 anos, 2º ano, é exemplo do que os professores da unidade vêm constatando em relação à postura dos seus alunos frente às questões raciais. “É um projeto que tem nos mobilizado já no início do ano letivo. Através dele, compreendemos a importância de nos posicionarmos frente aos preconceitos que sofremos no dia a dia. E eu acredito que, graças a este trabalho, abrimos os nossos olhos para o fato de que somos todos iguais, independente da cor da pele. A gincana é o resultado de tudo que aprendemos”.
 
Projeto Educação não tem cor – Eli Gomes, professora e coordenadora do projeto Educação não tem cor, em Iguitu, explica como ele funciona: “Trabalhamos com estudantes que integram três comunidades de origem quilombola, por isso o objetivo é valorizar a diversidade cultural dos estudantes durante toda a quarta unidade. As atividades são realizadas de acordo com as disciplinas, que integram os assuntos às questões relacionadas à cultura negra, enfatizando as comemorações do Novembro Negro”. Ela ainda destaca que os trabalhos desenvolvidos “serão apresentados no final do ano em apresentações culturais na unidade”.
 
Repercussão - A estudante do 9º ano, Daniele Rocha, 13 anos, fala da importância do projeto na escola. “A maioria dos estudantes é descendente de negros, por isso temos a obrigação de reconhecermos a nossa cultura. Aprender sobre os diversos aspectos da minha identidade, me torna uma pessoa mais preparada e capaz”. Para estudante do 6º ano, Mirela Carvalho, 11, a aprendizagem na escola, pode servir para que os alunos levem essa consciência para familiares e vizinhos. “Estamos aprendendo muito sobre respeito, porque o projeto resgata a nossa cultura e possibilita que levemos para casa esse conhecimento que, muitas vezes, nossos pais e familiares não tiveram chance de aprender”.

Notícias Relacionadas