Escola Parque celebra o Dia da África promovendo diálogo sobre afirmação da identidade étnico-racial

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudantes, professores, coordenadores pedagógicos e gestores participaram da décima edição do Seminário em Celebração ao Dia da África, nesta quarta-feira (23/05), no Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque, localizado no bairro da Caixa D’Água, em Salvador. Com o tema “O negro, a arte e a liberdade”, o evento anual busca promover o diálogo com a comunidade escolar sobre a necessidade de fomentar a discussão em relação à afirmação da identidade étnico-racial no currículo escolar. Os participantes refletiram sobre a importância de não só celebrar o Dia da África (25 de maio) mas, também, de fortalecer o processo de implementação da Lei nº 10.639/03 que institui o ensino da História e da Cultura afro-brasileiras em todas as escolas.
 
A atividade contou as participações de Zulu Araújo, diretor da Fundação Pedro Calmon, e do coreógrafo africano Rony Blastoyse. Além das palestras, que abordaram os temas: “Danças afro-urbanas: motrizes para o conhecimento Pan-africano”, com Rony Blastoyse, e “O negro, a arte e a liberdade”, com Zulu Araújo, o seminário foi marcado por uma apresentação artística de Rony Blastoyse, com a coreografia solo “Beatkillin”. 
 
Iuri Abbude, 19, estudante do 9º ano, afirma que, embora seja a primeira vez que participa do seminário, a temática já lhe é familiar dentro do seu processo de ensino e aprendizagem. “Aqui, na Escola Parque, temos aulas que abordam permanentemente esse assunto, então o evento hoje reforça a importância de conhecermos a nossa história, as nossas raízes, reconhecendo e valorizando o negro como um ser social igual a qualquer um. Precisamos quebrar o tabu, abrir a cabeça para que tenhamos respeito pelas pessoas, independente de sua cor”. 
 
O professor de Música e diretor da Banda Juventude Parquiana, Erivaldo Santana, já participa do seminário há quatro edições e, a cada ano, diz, é uma reafirmação sobre a importância da valorização do negro na sociedade. “É importante que tragamos à tona a discussão para dentro de uma unidade escolar que é referência na valorização da cultura africana. Precisamos falar de nossas etnias e valorizar o negro e sua cultura como forma de conhecer as nossas origens, afinal o Brasil é um país composto por uma população de 85 a 90% de afrodescentes”.
 
O diretor Gedean Ribeiro ressalta que esta edição do seminário é comemorativa aos dez anos de sua realização, em cumprimento à Lei nº 10.639/03, que enfatiza a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura africana e afro-brasileira nas escolas. “A cada ano trabalhamos um tema diferente, e neste ano, quisemos enfatizar esta lei, destacando que a Escola parque tem um relevante papel como celeiro cultural dessa comunidade do bairro da Liberdade, onde moram 480 mil habitantes, sendo que 85% dessa população é afrodescendente. Nosso diálogo passa pela valorização do negro e da sua cultura e o resgate de nossas raízes, lembrando que, para isto, precisamos focar na construção dos saberes, e não apenas no lado lúdico”.
 
Sobre o Dia da África - No dia 25 de maio se comemora o Dia da África por ser a data em que 32 chefes de Estado africanos se reuniram na Etiópia, em 1963, e criaram a Organização de Unidade Africana (OUA), com objetivo de libertar o continente africano do colonialismo e do apartheid, bem como promover a emancipação do povo africano.

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