Escola Parque comemora dia da África e 10 anos da lei 10.639

O Dia da África, 25 de maio, foi comemorado na Escola Parque – Centro Educacional Carneiro Ribeiro (Caixa D´Água) com o seminário Dez anos da Lei nº 10.639/03: avanços,desafios e perspectivas e apresentações artísticas. O evento reuniu profissionais da educação da Escola Parque e de outros oito polos educacionais da região, que refletiram sobre a importância de não só celebrar a data mas, também, de discutir a transversalização das ações da Secretaria da Educação do Estado da Bahia no sentido do legitimar e fortalecer o processo de implementação da lei que institui o ensino da história e da cultura afro-brasileiras em todas as escolas do ensino fundamental até ensino médio.

“Este ano, estamos comemorando duplamente: O Dia da África e os dez anos da Lei nº 10.639/03. São temas que se entrelaçam porque a lei foi criada, exatamente, para incorporar a história africana e afro-brasileira nos currículos escolares. É a incorporação de um reconhecimento que estava fora da história do Brasil por muito tempo, revelando o quanto nossa identidade brasileira está relacionada à herança africana” Temos que comemorar porque a lei está acontecendo nas escolas da rede e hoje, aqui, estamos discutindo formas de aprimorar a sua empregabilidade”, afirmou a superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Amélia Maraux, uma das palestrantes do seminário que encerra a programação de lançamento da Agenda Dez Anos da Lei 10.639/03, iniciado no dia 23/05,  no Instituto Anísio Teixeira (IAT), pela Secretaria da Educação do Estado.

A presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra, Vilma Reis, ressaltou que este é um ano fundamental para a cultura africana e afro-brasileira porque está completando 50 anos da União Africana, desembocando no impacto do dia 25 de maio, Dia da África. “Outra questão importante em relação a essa data diz repeito à Lei  nº 10.639/03, cujo cumprimento nas escolas é de responsabilidade do governo, seja ele federal, estadual ou municipal”, pontuou. Para Vilma Reis, o seminário foi uma oportunidade de se discutir temas cruciais para o avanço de uma sociedade, a exemplo da desvalorização da imagem da mulher negra e a intolerância religiosa, principalmente às de matrizes africanas.

Por meio do livro O menino do corpo reluzente – ciência da natureza, de sua autoria,a dirigente do projeto Irê Ayó, do Terreiro Ilê Axé Opó Afonjá, Vanda Machado, apresentou aos participantes a história da mitologia africana. O tema tratado na publicação, disse, deve ser incluído na educação, abordando aspectos da cultura afro-brasileira “para a compreensão da Terra como um organismo vivo”. “Meu livro, que tem uma versão para a criança e outra para o educador, propõe uma aliança entre o racional e a inteligência intuitiva, visando um novo olhar para o planeta”. Para ela, que é professora aposentada da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a oportunidade de se comemorar o Dia da África, vai além do afetivo e da festa. “Essa é, de fato, uma celebração que deve trazer orgulho para aqueles que criaram as riquezas dessa terra”, arrematou.

Engajados – Sérgio Bezerra, professor de língua portuguesa da Escola Parque, considera que comemorar o Dia da África e os dez anos da lei que obriga o ensino da história e da cultura afro-brasileiras nas escolas significa resgatar um passado  cultural e histórico, adequando-o ao presente. “Por isso, acho muito importante a realização desse seminário, que é uma oportunidade de esclarecermos questões que foram apagadas na história oficial”.

Professor de dança da unidade, Nélio Silvério disse que sente “muito orgulho” de trabalhar com afrodescendentes de uma comunidade com 480 mil habitantes. “Essa celebração dos dez anos da lei 10.639 significa abrir a discussão sobre o fortalecimento da questão identitária para que a cultura africana e afro-brasileira resgate seu verdadeiro valor, que é o que temos feito na Escola Parque por todos esses anos”. A coordenadora do seminário, Darci Xavier, acrescentou que, desde 2008, o Dia da África vem sendo comemorado pela escola, “com o objetivo de valorizar e reconhecer as diversidades étnicas e culturais do nosso país”.

 

 

Notícias Relacionadas