Passar o dia estudando o currículo tradicional, em um turno, e participando de atividades extracurriculares, no outro. Foi essa rotina de educação em tempo integral que levou o estudante Victor Magalhães, 15 anos, a se tornar campeão brasileiro de jiu-jitsu. Ele é um dos 3.300 alunos do Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque, unidade da Secretaria Estadual da Educação (SEC) localizada no bairro da Caixa d’Água, em Salvador, que completou 62 anos no dia 21 deste mês.

Segundo Victor, foi uma grande mudança na sua vida ingressar na Escola Parque, planejada em 1950 por Anísio Teixeira e caracterizada especialmente pela educação em tempo integral e pelo envolvimento da comunidade. “É um núcleo educacional que trabalha com a gente, incentiva os alunos a estudar mais, a querer participar dos cursos, proporcionando mais atividades para a gente fazer. Enquanto não estamos estudando, podemos ficar o tempo integral aqui, e é muito bom”.

Aos 63 anos, o ex-aluno e agora professor de arte em madeira da Escola Parque, José Mendes de Oliveira, é um exemplo do quanto a educação em tempo integral traz benefícios para a formação do indivíduo. Sua relação com a escola é tão forte que ele sabe exatamente há quanto tempo está na unidade. “Entrei como aluno. Já tenho 51 anos, 11 meses e dois dias de serviço aqui. É uma coisa que faço com amor”.

Pioneirismo - Por ter sido a primeira unidade de ensino em tempo integral do país, a Escola Parque atrai não somente alunos regulares, mas também pesquisadores. A música Ana Maria Souza Castro trabalha em uma escola em tempo integral do Pará e veio fazer doutorado em educação em tempo integral pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). “Quando se fala sobre educação em tempo integral, não se pode deixar de lembrar de Anísio Teixeira. Estou dentro desse espaço, muito feliz por ter conhecido os técnicos, os professores, e espero voltar aqui antes de ir para Belém terminar minha pesquisa”.

Disciplinas tradicionais e atividades extracurriculares

A coordenadora pedagógica da Escola Parque, Ivonete Barreto, explicou que a unidade se constitui em um centro educacional que atua em paralelo com outras escolas da região. “Em um período, o aluno tem todas as disciplinas do núcleo comum, como matemática, português, geografia, e no outro turno, tem acesso a outras possibilidades. Temos um núcleo artístico, onde o aluno pode aprender música, dança, artes visuais, serigrafia, tapeçaria. Há também o núcleo esportivo, o de comunicação, o de alimentação. São várias atividades”.

O diretor-geral do centro educacional, Gedean Ribeiro, afirmou que a unidade oferece atividades por meio dos núcleos de informação, comunicação e conhecimento, de pluralidade artística, de pluralidade esportiva, de artes visuais, de jardinagem, de alimentação e de projetos especiais. “As atividades complementam o ensino de oito escolas localizadas no entorno da Escola Parque”.

Fonte: Secom/Bahia