Estudantes com deficiência mostraram seus talentos em festival

Fotos: Luciano Soares/Divulgação SESC

Um dia de cultura e lazer para cerca de mil jovens da rede estadual de ensino, entidades conveniadas com a Secretaria da Educação do Estado e Centros de Educação Especial. Eles participaram da segunda edição do Festival de Talentos de Pessoas com Deficiência, realizado nesta quarta-feira (16/11), no Sesc – Piatã. O espaço ao ar livre foi um estímulo para o espírito competitivo aflorar entre os estudantes envolvidos nas diversas modalidades artísticas e esportivas disputadas: futebol, natação, xadrez, dança, teatro e música.

“O Festival de Talentos será ampliado em 2012 para todo o estado, contemplando outras regiões e mantendo a proposta de promover a inclusão socioeducacional de educandos com e sem deficiência”, anunciou o coordenador de Educação Especial da Secretaria da Educação, João Prazeres, durante o evento. Por meio do esporte e da arte, completou, as individualidades e especificidade de cada um são valorizadas, sempre respeitando seus limites e possibilidades.

Promovido pela Secretaria da Educação do Estado, o festival contou com a participação de cerca de 30 instituições e colégios estaduais. A abertura do evento ficou por conta de Marcus Welber, deficiente visual, que entoou o Hino Nacional, sob os aplausos da plateia. Representantes de entidades, como o presidente da Federação Baiana de Desporto e Participação, Audival Junior, discursaram para o público sobre a importância de incentivar os esportes.


“Sou ator” – João Ulisses Bahia, 30 anos, com síndrome de down, mostrou seu talento na roda de capoeira e provou que seus interesses não param por aí. “Também faço natação, corrida e sou ator”, disse ele, orgulhoso de ter feito participação na torcida organizada do filme Bahêa Minha Vida e declarado para as câmaras seu amor pelo time. Na APAE, onde estuda, é integrante da Companhia de Teatro Opaxorô. “João é um artista e tanto, muito talentoso”, elogiou seu professor de educação física, Diego Brito de Moraes.

A estudante Fabiane Macedo da Silva, 20 anos, da Escola Ressureição, em Simões Filho, por sua vez, mostrou suas habilidades com os movimentos corporais. “Adoro dançar, mexer o corpo. Gosto também das aulas de educação física”, disse a jovem, sob o olhar atento da colega Lisiani dos Santos, 13 anos, que, utilizando a Língua Brasileira de Sinais (Libra), também quis manifestar seu prazer com a dança. “Me sinto muito bem dançando”, revelou, entre gestos.

Futebol de 5 –
Craques da modalidade futebol de cinco, os deficientes visuais Selmir Nascimento, 33 anos, Tarcis Bruno Casal, 21 anos, e Tiago Santos, 20 anos, eram só entusiasmo com a bola. “É muito interessante participar de um evento que reúne várias pessoas, portadoras de diferentes deficiências e isso é uma forma de nos integrarmos socialmente. Nós, por exemplo, temos uma equipe forte, somos tricampeões brasileiros”, registrou Selmir que, desde os 13 anos, quando perdeu a visão em um acidente com fogos de artifício, se interessa por futebol.
“Estou achando esse evento um incentivo muito importante do governo porque é com esse tipo de atividade que novos talentos são revelados”, completou Tarcis, aluno do colégio Iceia, em Salvador. O colega Tiago também opinou: “Acho esse festival muito interessante porque mostra a capacidade das pessoas que têm deficiências. Eu mesmo faço música e jogo futebol. Fui até zagueiro revelação do campeonato que participei em Brasília, em 2009”.

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