Estudantes e familiares participam de atividades sobre o autismo no Centro Pestalozzi

Fotos: Claudionor Jr. - Ascom/Educação
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para os 225 estudantes do Centro de Atendimento Educacional Especializado Pestalozzi da Bahia, a semana tem sido intensa e emocionante. É que a unidade especializada no atendimento a crianças e jovens com Trans­torno do Es­pectro Au­tista (TEA), localizada no bairro de Ondina, em Salvador, está realizando uma série de ações alusivas ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado no último dia 2. Nesta terça-feira (04), os estudantes autistas e familiares participaram de uma sessão de cinoterapia, terapia com o auxílio de cães adestrados por policiais militares. 
 
O estudante Mateus Fonseca, 17 anos, gostou de participar da cinoterapia. “Não tenho medo. Estou feliz”, comenta. A professora Maria Telma Pinho, idealizadora do projeto da terapia com animal, conta que o trabalho vem sendo feito com a colaboração da Polícia Militar, com o objetivo de proporcionar às crianças o convívio com os cães, o que traz para elas mais calma e sentimento de felicidade. “São cachorros dóceis com quem os alunos criam um vínculo afetivo que proporciona a elas bem-estar”, explica.
 
As famílias também estão envolvidas com as atividades, que contemplam palestra sobre Inteligência Emocional, sessão de cinema e momentos recreativos, com muitas brincadeiras. "O objetivo é mostrar para a sociedade a importância do combate ao preconceito ao autista para a inclusão social desse público", destaca o diretor Ricardo Baqueiro.
 
Tatiana Gonçalves tem um filho atendido pelo Pestalozzi e fala sobre a importância desta semana comemorativa. “Meu filho chegou aqui com três anos. Hoje ele tem cinco anos. Nesse tempo que está frequentando o centro, ele se desenvolveu muito e eu me sinto muito acolhida. Ele aprendeu a falar, já reconhece as cores e perdeu o medo da chuva, de sombra e do espelho. E está mais calmo e adora as aulas do Atendimento Educacional Especializado (AEE), com a professora Zezé. Ele acha muito mágico estar aqui”, relata.
 
A iniciativa das atividades que estão sendo realizadas durante esta semana, consideram os pais e mães dos estudantes, é fundamental para alertar a população sobre a necessidade do conhecimento para que não sejam cometidos atos de preconceitos. “Eu sinto o preconceito todos os dias. Como meu filho não tem aparência de retardamento, as pessoas me julgam quando o veem agindo de uma maneira agressiva nos lugares públicos. Ouço sempre: menino mimado, sem educação, não teve limites”, conta.
 
Sandra Batista também tem uma filha autista e destaca a necessidade deste trabalho de conscientização. “Por isto que é tão importante a realização dessa programação de atividades que, além de trazer benefícios para os nossos filhos, contribuem para combater o preconceito”. Na sessão de cinema, da manhã desta terça-feira, a filha de Sandra assistia ao filme ‘A era do gelo’ com uma atenção que não lhe é peculiar. “As imagens e as expressões faciais dos personagens prendem a atenção e os que se incomodam com o som tapam os ouvidos e continuam vendo as imagens”, conta a professora de AEE, Mônica Barreto.
 
 
Com 63 anos de existência, na luta per­ma­nente pela in­clusão dos di­reitos das pes­soas com ne­ces­si­dades es­pe­ciais, tendo como pú­blico alvo as pes­soas com Trans­torno do Es­pectro Au­tista (TEA), o Centro de Atendimento Educacional Especializado Pestalozzi da Bahia é uma das unidades da rede estadual que oferece o Atendimento Educacional Especializado (AEE). O Centro também realiza oficinas de arte e de informática, jogos pedagógicos, aulas de Educação Física, música, letramento e horta, sempre estimulando o envolvimento das famílias. “Também no Pestalozzi, fazemos parcerias com faculdades de Psicologia para atendimento às mães”, destaca o diretor Ri­cardo Ba­queiro.
 
Edu­cação Es­pe­cial
A rede es­ta­dual de en­sino tra­balha com Edu­cação Es­pe­cial na pers­pec­tiva da edu­cação In­clu­siva, com Aten­di­mento Edu­ca­ci­onal Es­pe­ci­a­li­zado (AEE). O Atendimento Educacional Especializado (AEE) atende aos estudantes com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e/ou altas habilidades/ superdotação, nas escolas regulares, e, de forma complementar, em 65 Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), em 12 Centros de Atendimento Educacional Especializado e seis ins­ti­tui­ções con­ve­ni­adas, aten­dendo, no total, aproximadamente oito mil es­tu­dantes.
 
Programação desta quarta-feira (5), no Pestalozzi: 
Atividades recreativas como o plantio de uma árvore, às 9h e às 14h.

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