O clima é de ensaio e integração entre 1.759 estudantes dos 28 colégios estaduais de Salvador e Região Metropolitana, além dos 930 alunos da rede estadual do interior, que irão participar do Desfile do Dois de Julho, na próxima segunda-feira (2). É o caso dos 80 integrantes da fanfarra do Colégio Estadual Raphael Serravalle, no bairro da Pituba, na capital baiana, que estão ensaiando diariamente, das 9h às 12, na unidade. O cortejo cívico em comemoração aos 195 anos de Independência da Bahia começa às 9h, no Largo da Lapinha, e segue para o centro da cidade, percorrendo locais como Largo do Terreiro de Jesus, Praça da Sé, Rua da Misericórdia e Praça Municipal.

 

O estudante Luís Oliveira, 17, 3º ano do Raphael Serravalle, é um dos mais animados nos ensaios. Ele toca sopro na fanfarra da escola há três anos e diz que, mesmo ao concluir o Ensino Médio, no final do ano, deseja continuar como integrante do grupo, já que a escola permite que ex-alunos também participem. “A cada desfile em datas importantes, como a do 2 de julho, é uma nova emoção. Gosto demais de participar da fanfarra, pois é algo muito importante na minha vida. Foi ela a responsável por ter me tornado uma pessoa melhor. Eu era rebelde, indisciplinado em sala de aula e, desde que me tornei músico da fanfarra, passei a ser mais interessado nos estudos, afinal para participar dela é preciso ser assíduo e ter boas notas. Quero continuar tocando na fanfarra depois que sair do colégio”, revela.

 

Regente há quase dez anos da fanfarra do Serravalle, Gilvan Barbosa conta que os ensaios são sempre uma oportunidade de integração entre os estudantes. “Eles ficam com uma expectativa enorme e, este ano, desfilaremos com a novidade do grupo de 15 alunas em performance de ginástica rítmica, vindo para incrementar o brilho do nosso desfile, que tem, ainda,  as categorias baliza, coreográfica, corpo musical, mor e estandarte”. Gilvan afirma que as meninas da ginástica rítmica irão ensaiar no sábado (30), das 9 às 12h, e no domingo (1º) haverá o ensaio geral, a partir das 13h, na unidade escolar, quando todo o repertório – formado por música popular brasileira e internacional dos anos 80 – será repassado.

 

O diretor Ramilton Oliveira fala sobre a história da fanfarra do Serravale e a sua importância pedagógica. “O nosso colégio tem 44 anos e a fanfarra, quase 30, com muitos prêmios recebidos. Ela tem um forte poder de atrair os estudantes, fazendo valer o seu valor pedagógico, já que para ser componente tem que ser bom aluno. E como os alunos querem garantir a sua participação, eles se tornam mais disciplinados, tiram notas altas, passam a ser assíduos em sala de aula. Além disso, dentro da nossa política pedagógica da inclusão, temos dois estudantes especiais na fanfarra que são bastante atuantes”, destaca o gestor.

 

Intercolegial – Os dez grupos que participam do Intercolegial de Bandas e Fanfarras, das escolas da rede estadual de ensino, têm ensaios de segunda a sexta, das 14h às 17h, em suas respectivas escolas, conforme o regente Hermival Rego, responsável pelo Intercolegial, destacando a importância da participação dos alunos nas fanfarras: “A partir deste trabalho lúdico, os estudantes se tornam agentes transformadores de sua realidade”. São eles os colégios que integram o Intercolegial: João Caribé, Carlos Alberto Cerqueira, Desembargador Pedro Ribeiro, CEEP Navarro de Brito, Helena Mateus, Visconde de Mauá, Roberto Santos, Noêmia Rego e IAT. Esta última unidade terá ensaio na quarta (27) e no sábado (30), das 14h às 17h   

 

Fanfarras da rede – As fanfarras da rede estadual desempenham um papel que vai além dos desfiles cívicos e campeonatos, funcionando como um ambiente de aprendizagem e de incentivo ao protagonismo estudantil. Trata-se, sobretudo, de uma oportunidade de trabalhar a disciplina dos estudantes e a educação artístico-cultural, estabelecendo-se uma relação direta da escola com as comunidades do entorno.