Festa junina na Escola Parque aborda relação entre Brasil e França

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Dançar forró agarradinho, fazer fogueira na porta de casa, comer milho assado e decorar as ruas com bandeirolas. Essas são algumas das tradições do período junino mantidas na Bahia. Os estudantes do Centro Educacional Carneiro Ribeiro (Escola Parque) e das oito escolas-classe do bairro da Caixa D’Água, em Salvador, resolveram inovar, incluindo o minueto - dança de origem francesa - na tradição das quadrilhas baianas, durante o Cordel Animado do Parque, realizado na tarde desta quinta-feira (18), no Anfiteatro da instituição.

O artista plástico e professor Cláudio Rebello, idealizador do evento, explica a escolha da relação Brasil-França como tema da festa junina da escola. Segundo o educador, historiadores afirmam que as quadrilhas, populares no nordeste brasileiro, surgiram por inspiração francesa. Além disso, o docente destaca que, nas comemorações nordestinas, existem ‘comandos’ que vieram da França, a exemplo da palavra anarriê, derivada do termo em arrière – em livre tradução “voltar ou de volta”. A relação entre os dois países motivou também o encontro fictício de Maria Bonita, mulher de Lampião, com a estilista francesa, conhecida internacionalmente, Coco Chanel, fundadora de uma marca de roupas de mesmo nome.

“Essa é uma comparação entre a relação que existia do cangaço no Brasil e essas lógicas francesas absorvidas pelo bando de Lmpião. Ao contrário dos que muitos acreditam, Lampião era um homem sofisticado, usava perfumes franceses, tinha anel em todos os dedos e uma lógica de desenvolvimento do cangaço, desde a moda, inspirada na França. A gente aproveitou duas mulheres emblemáticas [Maria Bonita e Coco Chanel] e realizamos um diálogo das duas no sertão baiano”, explicou Rebello.

Foto: Raul Golinelli/GovBA

Performances
Aproximadamente mil pessoas foram convidadas para assistir as performances. As apresentações, intercaladas com recitais de cordel, consistiram de concurso de trajes típicos, coral dos alunos, atividades de ginástica rítmica e danças, onde vários estilos musicais foram misturados com o forró. Alunos de educação básica e participantes das oficinas oferecidas pela Escola Parque desfilaram com roupas característica do sertão nordestino e do povo francês.

A estudante Caroline Reis, 20 anos, que passou a ter contato com a moda quando participou de uma oficina na instituição, destacou a importância do intercâmbio cultural. “É interessante. Fazer essa relação entre os dois países nos proporciona o entendimento da evolução da moda e de como uma coisa está associada a outra. Você adquire conhecimento e ao mesmo tempo a experiência de estar desfilando”.

Para o diretor da Escola Parque, Gedean Ribeiro, o aprendizado só é conquistado quando professores e alunos se unem para romper as barreiras da sala de aula. “A gente está trabalhando [junto] à comunidade em um processo de construção do conhecimento. Para isso, não podemos ficar no espaço comum. É preciso ousar e passar a enxergar as coisas sempre de uma maneira diferente. A relação Brasil-França é intimamente ligada por meio da moda, da cultura. Nossos alunos não podem negar uma questão que está próxima deles. Todos nós saímos ganhando com isso”.

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Foto: Secom
 

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