Como ajudar os estudantes a desenvolverem as competências inerentes ao domínio das habilidades orais e, consequentemente, as da escrita? A partir desta reflexão, nasceu o projeto “Viajando no mundo da leitura”, no qual estão envolvidos os estudantes do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Abelardo Moreira, no município de Mairi (a 295 km de Salvador), localizado no Centro-Norte da Bahia. Com o projeto, os alunos aprofundam questões como a importância dos gêneros orais para o processo de comunicação, as características dos gêneros: propaganda, cordel, sarau, texto teatral, música e seminário e despertam, ainda mais, o gosto pela leitura.

 

O projeto, que tem como tema “A importância dos gêneros orais no processo de comunicação e aquisição da modalidade escrita”, foi iniciado no final de março com a sensibilização dos alunos e a culminância se dará em maio. Nesse período, eles participam de uma série de atividades, como sarau de cordel, vídeo de sarau e peça de teatro. Divididos em grupos, os estudantes trabalham em oficinas os conteúdos voltados às áreas de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias; Língua Inglesa; Arte e Educação Física.

 

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O aluno Francis Oliveira, 17, 3º ano, participa pela segunda vez e considera o projeto um interessante estímulo à leitura. “É maravilhoso este trabalho, porque é dinâmico e nos proporciona muitos conhecimentos em diversas áreas. As oficinas, no caso, nos ajudam a melhorar a nossa comunicação oral e, consequentemente, a escrita”, conta. A aluna Cassandra Santos, 16 anos, 1º ano, também está empolgada com o projeto de leitura, do qual participa pela primeira vez. “Trata-se de um trabalho muito legal, que traz mais conhecimentos para todos nós.  Para mim, que gosto de ler poemas e cordel, é uma oportunidade de aprofundar nesses gêneros orais”.

 

A coordenadora pedagógica Maria de Lourdes Almeida destaca o objetivo geral do projeto: “A nossa proposta é trabalhar gêneros orais na perspectiva de reconhecer e utilizar a modalidade oral para melhorar as proficiências dos estudantes, tanto na escrita quanto na leitura destes gêneros”.  Para tanto, completa, é papel de a escola reconhecer e respeitar as variantes linguísticas dos alunos, sem perder o foco da necessidade de apresentar e trabalhar a variante padrão da língua, tanto oral como escrita, como um dos requisitos para o acesso aos conhecimentos de outras áreas e o exercício da cidadania.

 

Práticas sociais
Trabalhar a língua oral, dentro de uma sociedade em que a fala está presente em grande parte das relações comunicativas, não se resume mais no ensinar o aluno a ler e escrever, como ressalta a coordenadora pedagógica. “É preciso instruí-lo a relacionar a língua às práticas sociais dos indivíduos”, pontua. É neste contexto, completa a educadora, que os alunos são estimulados a perceber a importância do uso da oralidade nas diferentes situações comunicativas; a conhecer os gêneros orais; a expressar-se por meio de textos orais e a produzir textos da modalidade oral.