Projetos promovem luta contra a intolerância e o preconceito racial

Foto: Claudionor Jr. Ascom/Educação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No Colégio Estadual que leva o nome do líder Zumbi dos Palmares, o mês de Novembro tem um significado ainda mais especial para os estudantes que celebram a Consciência Negra com muita arte, nas suas distintas linguagens. Nesta quinta-feira (24), foram apresentadas, a unidade escolar localizada no bairro de Tancredo Neves, em Salvador, as culminâncias do projeto Mais Educação, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, resultado das oficinas de Letramento, Fanfarras, Artes Plásticas, Mosaico, Dança, Teatro e Matemática. O evento, que integrou escola-comunidade, foi batizado de ‘Circuito Zumbi da Consciência Negra – Beiru e Zumbi: Uma história, uma luta, uma só resistência’.

 
“Promovemos o Novembro Negro há muitos anos e, a cada edição, elegemos um tema voltado para o protagonismo juvenil, a partir de uma comunidade que traz na sua história todas as marcas deixadas pelo processo de segregação. Nossa intenção, com este projeto, é fazê-los sonhar por um futuro digno e de acessibilidade ao Ensino Superior, bem como de incentivá-los a respeitar as diversidades e combater qualquer tipo de intolerância, seja religiosa, racial ou sexual”, declara a professora de Biologia e orientadora de estudos, Amanda Guimarães.
 
Fotos: Claudionor Jr. Ascom/Educação
No projeto ‘Mosaico: o Brasil étnico-racial´, os estudantes mostram a diversidade artístico-cultural, através da música em seus estilos MPB, afro-pop, reggae, samba e hip-hop. “O trabalho começou com o mergulho na pesquisa sobre gêneros musicais e seus principais representantes, a exemplo de Dorival Caymmi, Gilberto Gil e Paulinho da Viola, além do conteúdo das músicas que falam de questões raciais, relações étnico-raciais e resistência negra, entre outros temas relacionados”, explica a educadora. Para a culminância, os estudantes realizaram apresentações de dança, música e teatro, além de sarau poético, com declamação de poemas.
 
 
A aluna Yasmim Silva, 16, 8ª série, que, junto à sua turma, recitou poemas da poetisa peruana Vitória Santa Cruz e dançou no ritmo dos movimentos afros, revela o seu entusiasmo com o projeto. “Depois deste trabalho, me sinto mais consciente e orgulhosa das nossas origens raciais e culturais, que além de lindas, são muito ricas. Estou muito feliz pela oportunidade de ter participado do projeto ligado ao Novembro Negro”.
 
O colega Carlos Carvalho, 17, 8ª série, também demonstrava alegria na apresentação da canção ‘Beleza Pura’, de Caetano Veloso, e das coreografias ‘Negro Zumbi’ e ‘Preta Perfeita’, criações dos próprios estudantes. “Foi muito importante ter participado deste projeto, que contribuiu para que eu ganhasse mais conhecimentos e aprendesse mais sobre consciência negra e sobre trabalhar em equipe. E uma das lições que ficam é que o racismo, infelizmente, ainda existe e cabe a nós denunciá-lo e combatê-lo”.
 
A professora de Artes da escola, Graça Falcão, fala sobre os resultados positivos do trabalho: “A arte despertou os nossos alunos, de forma lúdica, para o conhecimento. No nosso colégio, tudo é feito com consciência, como é caso das salas de aula, cada uma batizada pelo nome de um líder negro, como Zumbi, Beiru e Dandara”, pontua.
 
Colégio Estadual Helena Matheus – O Novembro Negro no Colégio Estadual Helena Matheus, no bairro de São Cristóvão, também teve no protagonismo estudantil e na integração escola-comunidade os destaques das atividades, iniciadas com a apresentação de slide da história de Zumbi dos Palmares. Além de terem sido responsáveis por toda a decoração da escola – que ganhou as cores africanas –, os estudantes apresentaram, nesta quinta-feira (24), vídeos produzidos por eles, contando a história de luta de resistência dos negros contra a discriminação racial. Os alunos participaram, também, de concurso de frases voltadas à temática e apresentaram números de danças africanas e capoeira.

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