Secretarias da Educação e de Cultura entregam restaurações de painéis modernistas na Escola Parque

Uma demonstração da importância da união entre Educação e Cultura. Este foi o destaque do evento realizado na tarde desta quarta-feira (05/06) no Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque, na Caixa D´Água, em Salvador, que marcou a entrega das restaurações dos afrescos de Carlos Magano (1921-1983) e de Jenner Augusto (1924-2003), produzidos entre 1953 e 1954. Os painéis, intitulados de “A Evolução do Homem” pertencem a um grupo de sete obras de arte que estão sendo restauradas em parceria estabelecida entre as secretarias da Educação e de Cultura do Estado da Bahia.

Fotos: Claudionor Jr. Ascom/Educação

Participaram do evento o secretário da Educação, Osvaldo Barreto, de Cultura, Albino Rubim, o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), Frederico Mendonça, além de gestores, professores e estudantes da Escola Parque. Todos foram unânimes em ressaltar a importância da restauração destas obras, que marcam o início do Modernismo na Bahia. São painéis, afrescos e murais assinados, além de Carlos Magano e Jenner Augusto, por Carybé, Maria Cecília Amado, Carlos Bastos, Djanira Motta da Silva e Mario Cravo.

“É uma grande alegria fazer parte deste momento, no qual entregamos a restauração destes dois painéis, além de podermos ter a certeza de que vamos entregar o conjunto da obra. É um tributo a Anísio Teixeira, que sempre trabalhou muito bem com estas duas vertentes: Educação e Cultura. Eu acredito no trabalho transversal, que une áreas afins. Por isso, também desenvolvemos projetos culturais importantes, como o Festival Anual da Canção Estudantil (Face) e o Artes Visuais Estudantis (AVE) desenvolvidos nas unidades escolares. O nosso foco sempre é a escola”, disse Osvaldo Barreto.

Conservação – O secretário da Educação ressalta, ainda, que já está sendo estruturado um projeto de conservação das obras. “A restauração tem que ser marcada por um trabalho educativo, para que todos percebam a importância de cuidar deste patrimônio. Vamos, também, realizar visitação pública, para que todos conheçam a riqueza desta arte que a Escola Parque abriga. Estudantes e comunidade vão ter a chance de conhecer mais o trabalho destes grandes artistas”, afirmou.

O secretário de Cultura, Albino Rubim, também reafirmou a importância da ação. “Não há política cultural que se sustente se não existir uma base firme relacionada à Educação. Por isso, esse trabalho em conjunto é fundamental. Estes painéis são fundamentais para a Bahia. É um marco na história do Modernismo no Estado”, ressaltou.

Fotos: Claudionor Jr. Ascom/Educação

A estudante Edaniana Quirino, aluna da 8ª série Colégio Estadual Álvaro Augusto da Silva – Classe V, aprovou o trabalho. “Acho que tudo isto que está sendo feito aqui é muito importante para o nosso conhecimento. Eu faço aulas de artes aqui, e ver este espaço sendo restaurado é muito bom”, afirmou.

Os afrescos estão localizados no Núcleo de Artes da Escola Parque. As sete obras estão distribuídas em três das oito unidades de ensino do complexo educacional idealizado pelo baiano Anísio Teixeira (1900-1971) nos anos 1950, considerado um dos educadores brasileiros mais importantes de todos os tempos.

A restauração dos dois afrescos ficou sob responsabilidade da empresa licitada Studio Argolo, cujo coordenador técnico é o professor da UFBA José Dirson Argolo, considerado um dos restauradores mais experientes e atuantes da Bahia. As outras cinco obras de arte da Escola Parque que estão em fase de restauração são: ‘Jogos infantis’ de Carlos Bastos, ‘Panorâmica de Salvador’ de Carybé, ‘Festa de São João’ de Djanira Motta da Silva, ‘A evolução do trabalho’ também de Carybé e ‘O ofício do homem’ de Maria Célia Amado.

Apostila – No evento, também foi lançada a mais nova coleção de publicações da Secult-BA, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), as ‘Apostilas Conversando sobre Patrimônio’. A nova coleção reúne, em cinco volumes, com cerca de 150 ilustrações, as compilações de palestras de especialistas e debates públicos que ocorreram no Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC) no ano de 2011 sobre os bens culturais materiais e imateriais da Bahia e as suas ações de salvaguarda.

 

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