Cartão fidelidade estimula pais de estudantes da rede a acompanhar vida escolar dos filhos

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Compareciam às reuniões periódicas convocadas pelo Colégio Estadual de Macajuba, no município baiano de Macajuba (a 327 km de Salvador), cerca de dez pais. Desde que o cartão fidelidade foi implantado, há três meses, pela direção da escola, os encontros passaram a ser sempre muito concorridos, segundo a diretora Elian Matos. “Hoje, testemunho a presença significante de 100 a 120 pais, a cada chamamento. Isso sem falar no comparecimento espontâneo dos pais, que nos procuram para dialogar sobre o desempenho escolar do filho”, comemora a gestora.

Fotos: Arquivo colégio

A iniciativa, apresentada em abril, na Jornada Pedagógica, consiste no registro das presenças dos pais dos 550 alunos da escola a cada comparecimento, seja em reunião ou visita individualizada com a direção da escola. No final do ano, os que mais acompanharam a vida escolar do filho serão premiados com doações do comércio local. “Muitos pais não compareciam temendo o constrangimento, porque achavam que estavam sendo chamados para ouvir reclamações em relação aos seus filhos. Buscamos, então, uma forma de aproximar os pais da escola durante todo o ano letivo, quebrando uma cultura de que eles só são chamados para receber queixas contra seus filhos”, explicou a diretora.

Conforme Elian Matos, havia uma real preocupação da escola com a baixa frequência dos pais nos encontros agendados para discutir os assuntos ligados à vida dos estudantes. “Eles não compreendiam que, também, são peças importantes na construção do processo pedagógico. Nosso objetivo com o cartão fidelidade foi, justamente, fazer com que eles entendessem o quanto suas opiniões contribuem para o bom desempenho de seus filhos”, completa a diretora.

Fidelização – A gestora da Diretoria Regional de Educação de Piritiba (Direc 17), Elete Silva Santos Souza, conta que a ideia de fidelizar os pais de alunos à escola deverá ser divulgada em todas as escolas da região. “Os estudantes são os maiores incentivadores de que seus pais tenham o cartão fidelidade da escola. Eles próprios vão à direção do colégio cobrar o documento. Isso tudo promoveu um interesse maior desses pais em acompanhar mais de perto o desempenho escolar de seus filhos”, afirma.

A mãe de Caíque Gomes Macedo Pereira, 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio do Colégio Estadual de Macajuba, Josinete Gomes de Oliveira Macedo, diz que a sua relação com o colégio pode ser dividida entre “o antes e o depois” do cartão fidelidade. “Não tinha a iniciativa de visitar a escola para conversar com os professores sobre assuntos, como notas e comportamento do meu filho. Vinha quando tinha reunião de pais, mesmo assim nem sempre podia comparecer. Hoje, venho com frequência, quero participar de tudo. Acho que foi uma boa ideia porque aproximou a escola da família e vice-versa. Agora, meu próprio filho cobra a minha participação”, relata.   

Gilda Freitas Nascimento, mãe da aluna Tífani do Nascimento, 14 anos, 1º ano do ensino médio, também está no grupo dos pais que mudaram a relação com a escola. A partir do cartão fidelidade, ela conta que passou a frequentar os encontros convocados pelo colégio porque entendeu a importância de se inteirar dos assuntos ligados à vida escolar da filha. “Estou me sentindo muito estimulada a participar das reuniões com os outros pais. Percebi que é muito importante acompanhar a vida dos nossos filhos na escola e conhecer mais de perto os projetos escolares. Sinto, também, que minha filha fica feliz em ver que eu estou mais presente”, depõe.

 

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