Escolas estaduais celebram o Novembro Negro com diferentes atividades culturais

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Fotos: Micael Luz
Como parte da programação voltada para o Novembro Negro, as escolas da rede estadual realizam uma série de atividades, a exemplo de palestras, rodas de conversa, apresentações culturais e ensaios fotográficos. As atividades têm o objetivo de fortalecer a luta contra o racismo e dar visibilidade à história de luta e resistência do povo negro.

Cerca de 300 estudantes do Colégio Estadual José Araújo Pereira, localizado no município de Gongogi, pertencente ao Território de Identidade do Médio Rio de Contas, estão promovendo uma verdadeira celebração da diversidade cultural e étnico-racial por meio do “Projeto 20 de Novembro: Ciência e Consciência nas Relações Étnico-Raciais”. A iniciativa, que começou na última segunda-feira (18) e se encerra nesta sexta-feira (22), tem mobilizado toda a comunidade escolar com atividades culturais e educativas voltadas para a valorização da herança africana e afro-brasileira.

Já os estudantes do colégio participaram da Semana da Pertença, promovida pelo Órgão de Educação e Relações Étnicas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Durante o evento, os alunos apresentaram práticas exitosas desenvolvidas na escola, destacando projetos que promovem as relações étnico-raciais e fortalecem o aprendizado sobre a contribuição africana na formação da sociedade brasileira.

A programação incluiu uma série de apresentações artístico-culturais em diversas linguagens, todas voltadas para a produção de conhecimentos afro-brasileiros. Dentre as atividades, destacaram-se o Show de talentos da escola; as oficinas de capoeira, fotografia, maquiagem negra e penteados afro; as apresentações de canto e música, resultados do Programa Educa Mais; Exposições fotográficas “Cores Invisíveis” resultado dos projetos Artísticos e Culturais da SEC; e Rodas de conversa abordando temas como “Produções e Experiências em Educação e Relações Étnico-Raciais”.

Kaila Bispo dos Santos, 17 anos, aluna do 2º ano, que fará uma apresentação musical da canção Yayá Massemba, de Maria Betânia, destacou a importância de um evento como esse para a escola e a comunidade. "A realização desse projeto é muito importante, porque nos ajuda a conhecer e valorizar a história e a cultura afro-brasileira. É uma oportunidade de aprender e refletir sobre a contribuição dos povos africanos na construção do nosso país".

Fotos: Virlane Carmo
O estudante Tauá Correia Siqueira, 18 anos, aluno do 3º ano, que participou com uma apresentação de capoeira com o grupo “Guerreiros de São Jorge”, compartilhou como foi sua experiência. "Apresentar capoeira em um evento como esse está sendo ótimo para mim, uma oportunidade de evoluir. A capoeira é uma expressão cultural que carrega a resistência do povo negro e a nossa história. Mostrar essa arte para meus colegas e professores é uma forma de fortalecer a nossa identidade e manter viva a tradição”.

No município de Aramari, no Colégio Estadual de Tempo Integral Professora Maria do Carmo Santana, a estudante Micael Luz, 17, idealizou o projeto Reflexos de Herança (Gritos que ecoam resiliência), com o objetivo de elevar a autoestima de jovens afrodescendentes. Por meio do projeto, o jovem fotografa os colegas, faz a produção das fotos e as publica no perfil da escola nas redes sociais.

“A iniciativa fotográfica busca valorizar a beleza, a cultura e a herança ancestral, promovendo reflexão e orgulho das raízes através da arte. Com impacto significativo nas escolas, o projeto fortalece a identidade cultural e destaca o papel da juventude na preservação e celebração de nossa história”, disse o estudante, que também é líder do Núcleo Territorial de Educação (NTE 18), com sede em Alagoinhas.

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