Estudantes recebem indígenas de Alagoas durante projeto sobre identidade cultural

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Foto: Claudionor Jr. - Ascom/Educação
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os estudantes do Colégio Estadual Elisabeth Chaves Veloso, localizado no bairro do Cabula VI, em Salvador, receberam visitantes muito especiais, nesta quinta-feira (27), durante a culminância do projeto interdisciplinar “Identidade e Cultura”. Indígenas da etnia Kariri-Xocó, localizados na região do baixo São Francisco, no município alagoano de Porto Real do Colégio, cuja sede fica em frente à cidade Sergipana de Propriá, vieram para participar da atividade e mostrar aos estudantes um pouco do seu modo de vida, da sua cultura e das suas tradições.
 
Utilizando cocás e pinturas cheias de significados pelo corpo, os indígenas também dançaram, cantaram e promoveram aos estudantes um dia rico de aprendizado e que não será esquecido, como afirma Caio de Souza, 12 anos, da 6ª série. “Aprendi que a cultura indígena é riquíssima e muito importante para a formação do nosso povo. Os índios foram o primeiro povo a chegar no país, então merecem todo o nosso respeito com a sua cultura. Eles têm uma dança muito bonita”, afirmou o estudante que, juntamente com outros colegas, se caracterizou de indígenas para homenagear os visitantes.
 
Além da dança, a atividade envolveu performances musicais, de teatro e exposição de artefatos relacionados às culturas indígena, africana e européia. Idealizado pelos professores da unidade, o projeto visa mostrar a formação miscigenada do povo brasileiro e, sobretudo, dialogar, através das apresentações, sobre temas como diversidade e tolerância cultural, social e religiosa. O evento contou, ainda, com museus temáticos, montados nas salas de aula, através dos quais foram abordados temas como plantas medicinais, vestuários, alimentação e religião.
 
A estudante Bruna Nascimento, 13 anos, 7ª série, pouco antes de sua apresentação de dança africana, falou do quanto o projeto lhe trouxe conhecimentos. “As pesquisas nos trouxeram muitas informações importantes e entre as manifestações culturais africanas, a dança foi a que mais me encantou porque, ao mergulhar naquele ritmo, me senti pertencente dessa cultura, me identifiquei. Assim, a partir da música afro-pop ‘Tumbum’, interpretada pela nigeriana Yemi Alade, criei a coreografia”, contou.
 
 
O professor de História Iuri Sacerdote ressaltou que o trabalho foi iniciado em sala de aula, dentro das disciplinas ligadas à área de Humanas, através de pesquisas sobre as culturas indígena, africana e europeia. “Fomos buscar na história do Brasil a nossa formação cultural, que tem origem em povos de diferentes culturas e que compuseram a nossa identidade nacional. Na elaboração do material, discutimos diversidade, tolerância e respeito à cultura do outro”, explicou.
 
A estudante de antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Lisbela Cohen, responsável pelo projeto “Abril Indígena” e pela vinda dos índios da tribo Kariri-Xocó, disse que a sua proposta é fazer um intercâmbio cultural com as escolas. “Os índios mostram um pouco de sua cultura, fazem o canto de abertura do evento para purificar o ambiente, de acordo com a sua crença e, em troca, a comunidade escolar oferece alimentos não perecíveis que são levados para a sua comunidade indígena”, afirmou. 
 

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