Novembro Negro mobiliza estudantes em Salvador em torno de ações afirmativas

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Fotos: Claudionor Jr. - Ascom/Educação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na cidade com a maior população negra do país, a chegada do mês de novembro, que marca o Dia da Consciência Negra (20), representa um movimento ainda mais especial para a realização de ações afirmativas e de valorização e respeito às origens e à identidade étnico-racial. Nas escolas, os estudantes abordam a questão de várias maneiras, seja por meio de gincanas, debates, palestras, mesas redondas, desfiles ou apresentações de projetos que são desenvolvidos ao longo do ano letivo.

No Colégio Estadual Bolivar Santana, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), está sendo realizada, nestas quarta e quinta-feira (8 e 9), a gincana “Bolivar de toda cor: viver com igualdade é saber respeitar as diferenças”. No Colégio Estadual Costa e Silva, no bairro da Ribeira, os estudantes também celebram o Novembro Negro com diversas atividades, a exemplo de desfile sobre indumentárias africanas e apresentações culturais alusivas ao tema, com a presença da coordenadora da Educação para a Diversidade da Secretaria da Educação do Estado, Erica Capinan.

Para a organizadora do projeto e professora de Humanas do Bolivar Santana, Maria das Graças Moura, a gincana serve para tratar do assunto de forma lúdica e envolver a comunidade escolar. “Nossa gincana tem por finalidade trazer a memória e resgatar toda a contribuição que o negro deu para a nossa sociedade, principalmente aqui na Bahia, onde nós somos formados por uma população de maioria negra. Com essa atividade, buscamos valorizar a cultura e a contribuição do negro  para a formação do nosso povo, da nossa economia e da nossa identidade”, explica.

O estudante José Italo Tavares, 17, 2º ano do Ensino Médio do Bolivar, integrante da equipe Rosa, pesquisou e apresentou, junto com seus colegas, curiosidades sobre o Benin, país da Costa Africana. De acordo com o estudante, essa é mais uma forma de lutar por igualdade. “Essa atividade busca resgatar e fazer a manutenção da cultura africana em nossa comunidade e em nosso país. A consciência negra deve ser nos 365 dias no ano, não só um dia, para buscarmos mais a igualdade, que é uma das principais lutas do povo negro”, comenta.

Animada, a integrante da equipe Tiger, Ingrid Ramos dos Santos, 15, 1º, explica sobre as tarefas já realizadas e a motivação para o nome do grupo. “Acabamos de apresentar a paródia “Acorda pra vida”, abordando a escravidão. Precisamos nos respeitar e nos amar acima de tudo e escolhemos o nome Tigre para a nossa equipe porque representa força. É isto que estamos querendo passar, força e união do nosso grupo”, relata.

Já Giovana Magalhães da Silva, 17, 1º, da equipe Abuja, que faz referência à capital da Nigéria, conta que gostou de ficar informada sobre a cultura nigeriana. “É sempre bom aprender, e quando se estuda sobre um país ou até o continente que conta a minha história e a história do meu povo, é muito melhor e mais interessante. Estamos muito animados e realizando as provas com perfeição. Espero que a equipe Abuja seja vencedora”, comemora.  

Programação
Uma ampla programação acontecerá até o final do mês nas escolas estaduais da capital e do interior. Dentre as ações para esta quinta-feira (9) está o IV Encontro de Educação para a Diversidade: Educação, alteridade e transformação, das 8h às 16h, no auditório da Secretaria da Educação do Estado, no CAB.

 

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