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Pré-Flin - Historiadora revela que um dos quilombos mais importantes do país esteve em Cajazeiras
“O quilombo do buraco do tatu era um dos mais organizados durante a escravidão no Brasil”, conta a professora Nelma Barbosa ao falar da conhecida região da Pedra de Xangô durante bate-papo sobre a construção de Cajazeiras. A conversa, que reuniu duas turmas de 1º ano do ensino médio, neste mês de outubro, no Colégio Estadual Ana Bernardes, em Cajazeiras 6, situou os estudantes em diferentes aspectos da formação da identidade cultural do bairro.
O bate-papo, parte do Pré-Flin com o projeto Memória dos Bairros, do Centro de Memória da Bahia (CMB/FPC), teve fundamento nos dois anos e meio de pesquisa acadêmica de Nelma em torno da identidade negra de Cajazeiras. Seus estudos partiram das mobilizações e ataques à Pedra de Xangô, localizada na Avenida Assis Valente e conhecida também como buraco do tatu, pedra do ramalho, pedra da onça, entre outros nomes dados pela comunidade local. Os alunos percorreram toda a história do bairro desde a colonização, viram imagens antigas e do período da pesquisa e ao final, compartilharam sensações e experiências sobre os lugares citados.
O estudante de 1º ano do ensino médio, Rayan de Jesus Santos, de 15 anos, planeja estudar história e conta seu interesse pelas narrativas compartilhadas do bairro. “Eu sabia só um pouco da Pedra de Xangô, pelo que é publicizado, mas não sabia que lá tinha sido um quilombo, por exemplo. Foi muito gratificante saber que Cajazeiras é parte importante da história do Brasil”, disse.
Para a professora, dividir esses conhecimentos, contando com leveza as histórias da região, é uma forma de estimular a sensibilidade e a capacidade de criação dos jovens. “Quando o sujeito se percebe como inteiro, ele pode criar, recriar e reelaborar dentro da comunidade que ele vive. E mais: fazer essa conversa pode colaborar para uma visão mais solidária diante do lugar que eles moram, não só no sentido do orgulho de pertencer. Sendo inteiro se pode criar, sonhar e fazer coisas fantásticas!”, refletiu.
Pré-Flin – As oficinas seguem acontecendo até o início de novembro, com diversas atividades junto à comunidade local. Em outubro, ocorrem bate-papos e atividades educativas com crianças e adolescentes das escolas estaduais da região; oficina de foto-poesia e Campanha Leia e Passe Adiante, com distribuição de livros nas escolas. Além do aulão pré-ENEM sobre a História da Bahia na História do Brasil para jovens pré-vestibulandos.
Flin é abreviação do Festival Nacional Literário (Flin): Diversas Leituras & Novos Caminhos - projeto realizado pelo Governo do Estado da Bahia e coordenado pela Secretaria de Cultura (SecultBA), através da Fundação Pedro Calmon (FPC/SecultBA). O Festival conta com a parceria das secretarias de Administração (SAEB), através da Superintendência de Atendimento ao Cidadão (SAC); de Comunicação (SECOM); de Educação (SEC); de Meio Ambiente (SEMA); de Saúde (SESAB), através da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (HEMOBA); de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE), através do Serviço de Intermediação para o Trabalho (SINEBAHIA) e da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (SUDESB); de Políticas para as Mulheres (SPM); de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI); de Tecnologia e Ciência (SECTI); de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), através da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) e de Turismo (SETUR),através da Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa), além da Defensoria Pública do Estado da Bahia; da Empresa Gráfica da Bahia (EGBA), do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB).
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