Projeto reúne música e conhecimento

 

Quem samba fica e quem não samba também pode participar. Este é o lema do projeto Academia na Roda de Samba, desenvolvido pelos estudantes do Colégio Estadual Renan Baleeiro, no bairro de Águas Claras, em Salvador. O grupo, criado em 2001, é composto atualmente por 16 estudantes de séries variadas, que se reúnem para sambar e aprender sobre a história da África e a influência dos povos africanos na cultura brasileira.
 
Coordenado pelo professor José Mario Zeferino, o grupo realiza apresentações não só dentro da escola. Neste ano, já se apresentou no Centro Cultural Plataforma e na Assembleia Legislativa do Estado, onde participou da comemoração do Dia da África junto com personalidades de outros países. “Ao invés do samba ficar nos estudos teóricos, nós fazemos um movimento contrário. A teoria científica vem procurar, na cultura popular, a sabedoria. É uma brincadeira em que todos podem participar livremente”, explica o professor.
 
José Mario ressalta, ainda, que o interesse em integrar o grupo deve partir do próprio estudante. Um deles é Elivelton Costa, da 8ª série, que está no projeto há três anos. Nas apresentações, ele se veste de bumba meu boi e chama o público para participar da roda. “Eu gosto muito do samba de roda. Para mim, foi a melhor coisa que aconteceu na escola. É muito bom participar”, enfatiza.
 

A roupa utilizada nas apresentações é confeccionada pelos próprios estudantes e professores. Além do samba, outros projetos culturais são desenvolvidos e incentivados pelo colégio. O diretor do colégio, Elias Malaquias da Silva, ressalta a importância desses projetos para a valorização da identidade dos estudantes. “Os alunos passaram a se assumir como negros e hoje têm conhecimento que moram no Quilombo dos Urubus, aqui no bairro de Águas Claras. Todas as nossas disciplinas são trabalhadas com a metodologia da arte-educação”. Capoeira, coral, percussão, música e dança fazem parte da rotina de atividades, sempre integradas ao conteúdo das aulas.

 

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