“É na educação física que o estudante aprende a socializar. Aprende a ganhar e a perder. Aprende a respeitar”

Ao contrário do que muita gente pensa, a educação física não é uma disciplina complementar. Tem a mesma importância que todas as outras disciplinas ministradas nas escolas e é obrigatória no currículo escolar. O amor e a seriedade com que a professora Joselúcia Barbosa, da Escola Parque, encara o ensino da educação física ficam claros quando a ouvimos falar sobre o assunto. “O primeiro ponto que a gente tem que observar, em relação à educação física, é que ela é a única disciplina do currículo comum que favorece a prática do movimento. Ela favorece a saída de um espaço limitado para um espaço extra, que, por sua vez, não perde a característica da sala de aula, porque, também, a quadra é uma sala de aula”.

A professora lembra que a importância da educação física não se resume à prática de ginástica, somente com o objetivo de deixar o corpo saudável. A disciplina deve correlacionar com as culturas, com a história dos jogos e esportes e está diretamente associada à formação integral para a cidadania. “Além de teorizar a prática, ela movimenta o corpo todo, do fio do cabelo ao dedão do pé. É na educação física que o estudante aprende a socializar. Aprende a ganhar e a perder. Aprende a respeitar. Também é a área do conhecimento que mais aproxima o professor dos alunos. Tem um valor afetivo muito grande”.

Em 2012, Joselúcia Barbosa atuou como professora de educação física na Escola Classe V. Lá, ela desenvolveu um trabalho diferenciado para a disciplina, em que os estudantes, na 1ª e 2ª unidade, podiam escolher quais temas iriam ser abordados nas aulas. “A partir da escolha, separávamos a turma em grupos para que fossem feitas pesquisas sobre o tema. Antes da prática, todos já conheciam a história e as regras do jogo”, esclarece.

Por meio do desenvolvimento de diversos esportes, como karatê, capoeira, basquete, jogos de mesa e dança, o resultado percebido pela professora foi um maior comprometimento dos estudantes com a disciplina, que diante da participação na elaboração das aulas, puderam socializar ideias e conhecimentos adquiridos em pesquisas. As atividades até renderam vídeo produzido pelos estudantes com depoimentos sobre as atividades. “Quebramos algumas barreiras com este esteriótipo de que a educação física é apenas prática. O debate e a oportunidade da participação dos estudantes mostra que há formas de atrair o aluno de forma espontânea, contribuindo com o crescimento educacional destes jovens”, finaliza.