O Colégio Estadual Pio XII, em Jaguaquara, completa 50 anos de fundação. Para comemorar, professores, gestores e os mais de dois mil estudantes promovem, de 15 a 19 de novembro, uma série de atividades. Serão realizados desfile cívico, missa em Ação de Graça e uma homenagem especial ao jornalista político Sebastião Nery, nascido em Jaguaquara.

O colégio foi fundado pelo Frei Maurício de Mercatello. Preocupado com o futuro da juventude jaguaquarense, o padre capuchinho mobilizou a comunidade local e inaugurou em 1961 a Escola Pio XII. A escola atendia, inicialmente, a cem estudantes em apenas duas salas de aula. Em 1979, passou a fazer parte da rede estadual de ensino, sendo reconhecida como Colégio Estadual Pio XII.

Com o Plano de Educação Profissional da Bahia, o colégio começou a ofertar os cursos técnicos de nível médio em Agroindústria e Agroextrativismo, beneficiando jovens e trabalhadores com formação e qualificação profissional.

A diretora do colégio, Maria Nelma, conta que os estudantes dos cursos técnicos têm se destacado em projetos e ações pedagógicas, sobretudo, no que se refere ao desenvolvimento de tecnologias sociais, ou seja, sustentáveis, de baixo custo e que beneficiam a comunidade local.

Experiências sustentáveis - Um dos projetos é a obtenção de biogás mediante uso de material orgânico.  Os estudantes de Agroindústria elaboraram um biodigestor que é ativado com esterco bovino, água e vegetais, gerando o biogás que pode ser utilizado por produtores rurais no preparo de alimentos. O equipamento sustentável, proporciona o reaproveitamento dos vegetais que eram descartados e evita que árvores sejam transformadas em lenha.

Os estudantes também criaram um secador econômico feito com papelão, folhas de jornais, plástico e outros materiais reaproveitados e que serve para desidratar o tomate transformando-o em tomate seco. O secador passa a ser uma fonte alternativa de renda da comunidade, até porque pode reaproveitar tomates machucados com pouco valor comercial.

As ações pedagógicas contribuem para a formação integral dos estudantes, conforme prevê a educação profissional, que tem o trabalho como princípio educativo e intervenção social como princípio pedagógico. Além disso, estimula a pesquisa científica, fazendo com que os estudantes compreendam os fundamentos científicos e tecnológicos do sistema produtivo onde atuam e também o contexto socioeconômico e ambiental dos Territórios de Identidade dos quais estão inseridos.

“Estamos felizes com essa nova fase do colégio, com oferta da educação profissional e a possibilidade de continuar contribuindo para que nossos jovens tenham um futuro melhor, assim como desejou Frei Maurício na década de 60”, orgulha-se a diretora do colégio, Maria Nelma.