Educadores abordam diretrizes curriculares para a Educação Quilombola durante a Semana Pedagógica

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Foto: divulgação
A Educação Quilombola foi uma das pautas norteadoras da Semana Pedagógica na rede estadual de ensino, realizada de segunda até esta sexta-feira (4 a 8), em todas as escolas estaduais. A perspectiva é garantir a especificidade das vivências, realidades e histórias dos estudantes quilombolas. A Bahia é o Estado que possui a maior concentração de comunidades quilombolas no Brasil. São mais de 500 comunidades, das quais 494 já foram certificadas pela Fundação Cultural Palmares.
 
No Colégio Estadual Eraldo Tinoco, no distrito de Santiago do Iguape, em Cachoeira, região do Recôncavo Baiano (a 118 km de Salvador), onde a maioria dos estudantes é de origem quilombola, foram definidos projetos que serão desenvolvidos como parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) da unidade escolar. “Como temos a especificidade da Educação Quilombola, além da discussão em torno da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), trabalhamos diversas atividades durante o ano. Temos, por exemplo, o encerramento do semestre que é uma grande exposição que fortalece a cultura do quilombola do campo, com culinária, dança e música, substituindo a festa de São João, por algo que traga mais as raízes e entendimento do homem do campo”, destacou a gestora escolar, Itana Soares, ao citar outros projetos que já são alinhados durante o planejamento coletivo. “Temos também o Dia da Consciência, com culminância, em novembro, quando desenvolvemos atividades transversais e interdisciplinares desde o início do ano letivo. E os projetos TransformaÊ e estruturantes de arte e cultura, que fazem parte do nosso calendário oficial da escola”, explicou.
 
Em seu primeiro ano na rede estadual, a coordenadora pedagógica Nataline Conceição, do Colégio Estadual Eraldo Tinoco, destacou o trabalho que irá exercer na articulação das atividades na escola. “Fiquei muito empolgada em chegar a uma escola de Educação Quilombola. A minha contribuição vai ser muito direcionada a essa articulação entre as disciplinas e atividades voltadas para o fortalecimento deste conteúdo. A Semana Pedagógica está me dando a oportunidade de conhecer o PPP da escola, por meio da avaliação do ano de 2018, a interação com os professores e o conhecimento das Diretrizes Curriculares do Estado para a Educação quilombola. O objetivo é trazer mais ações para o ensino aprendizagem dos estudantes”, disse.
 
Já no Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) do Litoral Sul, em Marau, na região do Sul Baiano (a 393 Km de Salvador), a diretriz curricular é voltada para a valorização e o reconhecimento dos estudantes quilombolas. “Mesmo tendo o reconhecimento de escola e da comunidade quilombola, muitos jovens ainda não possuem o pertencimento da sua cultura. Então, buscamos, por meio da matriz curricular, inserir aspectos que contextualizem a realidade deles e promovam um fortalecimento do orgulho e da autoestima destes estudantes. Nos cursos que oferecemos, colocamos disciplinas voltadas para essas ações. Por exemplo, no curso de Turismo, procuramos inserir atividades que ressaltem a região, com sua história e cultura. Já em Agroecologia, valorizamos o homem do campo com os aspectos culturais e a importância da produção da zona rural”, salientou a diretora Adriane Bergamaschi.

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