Estudantes do Colégio Estadual Odorico Tavares promovem o festival sobre a África

A comunidade escolar do Colégio Estadual Odorico Tavares, localizado no Corredor da Vitória, em Salvador, vivenciou um dia diferente com a realização do III Festival Fazendo Ciência – experimentando conexões entre África e Brasil, realizado nesta sexta-feira (19/12). À frente do projeto, os estudantes do 3º ano desenvolveram atividades com temática africana como forma de aprendizagem, aproximação e apropriação do mundo sócio-histórico e cultural africano. O evento contou com a presença do professor da Universidade de São Paulo (USP), Kabengele Munanga, especialista em questões étnico-raciais, negritude e história e cultura africana.

“A nossa proposta, que teve como objetivo vivenciar a diversidade cultural do continente africano, é consequência da implementação da Lei nº 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas”, destacou a professora Elizabeth de Jesus da Silva, uma das coordenadoras do evento. Depois de um ano de pesquisas, os estudantes realizaram a culminância do projeto por meio de oficinas (literatura, jogos e tabuleiros, dança, maquiagem, vestimentas, penteados), exibição de vídeos e apresentação de espetáculos de dança e de teatro, além de poesias.

Mestre de cerimônia do evento e membro da comissão técnica do festival, o estudante Isac Pereira, 18 anos, era um dos mais entusiasmados. “Vivemos uma experiência muito interessante. Trabalhamos o ano todo com temas referentes à África”, disse. Bruno Nascimento, 17 anos, que estava na organização dos tabuleiros dos jogos, contou que foi surpreendente perceber o quanto os jogos podem desenvolver o raciocínio lógico, a exemplo do mancala, yoté, shisima e fanorona. “Aprendemos a lidar com jogos complexos. Alguns se assemelham ao nosso xadrez, e eles contribuíram muito para o nosso desempenho em matemática, por exemplo”.

Pesquisa – O festival também é parte de um projeto que teve inicio em 2008 com o estudo dos jogos para o conhecimento da cultura africana. “Outro objetivo deste trabalho é familiarizar os estudantes com a pesquisa, por meio da abordagem cientifica e da experimentação como princípios fundamentais para o conhecimento e a emancipação humana. Desta forma, trabalhamos durante todo o ano letivo com pesquisa sobre os referidos jogos buscando conhecer a história de cada um, as imagens, regras, lendas”, explicou a professora Elizabeth da Silva.

Os estudantes da unidade realizaram, também, a culminância do projeto O Brasil Através do Nordeste. A professora Luciana Mendes Senna explicou que o trabalho interdisciplinar, em sua terceira edição, visou à valorização da identidade nordestina. “É importante que os alunos tenham conhecimento da participação do Nordeste na história política-social e cultural do País”, disse a docente.

Foram nove turmas participantes, sendo que cada uma se envolveu com um Estado do Nordeste. “Foi muito importante conhecer melhor a história, a cultura, a gastronomia da nossa região. Eu, que fiquei com Pernambuco, gostei de me aprofundar nas danças, como o frevo e o maracatu”, disse o estudante Lúcio Flávio Ribeiro, 17 anos, 2º ano. Márcio Batista, 18 anos, 2º ano, relatou que foi “muito gratificante participar da atividade pedagógica desenvolvida durante toda a quarta unidade. Conhecer novos costumes, personalidades locais, a culinária diversificada, tudo isso contribui para aumentar a nossa bagagem cultural”, afirmou.

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