Projeto sobre educação física e matriz africana ganha Prêmio Educar para a Igualdade Racial

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Foto: arquivo pessoal


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Desenvolvido pelas professoras Josiane Cristina Clímaco e Márcia Lúcia dos Santos, no Colégio Estadual Marcílio Dias, no bairro de São Tomé de Paripe, em Salvador, o projeto ‘A Educação Física e a Lei 10.639 – Articulando com as matrizes africanas através da pedagogia artística crítica’ é uma dos vencedores no ‘7ª edição do Prêmio Educar para a Igualdade Racial e de Gênero: Experiências de Promoção da Igualdade no Ambiente Escolar’. Promovido pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades e Parceiros (CEERT), o projeto será premiado na categoria ‘Processo Afirmativo Quilombola’, em cerimônia no próximo dia 15, no SESC Belenzinho, em São Paulo.
 
“Esse projeto envolve estudantes do 6º ano fundamental ao 3º ano médio, que, em sua maioria, são remanescentes quilombolas. Por isso, observamos uma lacuna no currículo da escola que não contemplava o estudo e história da cultura afro-brasileira. Então, o objetivo foi problematizar o assunto dentro da educação física com conteúdos baseados em jogos, brincadeiras e danças,” explica a professora Josiane Clímaco.

"Aprendemos o assunto de forma livre e podemos resgatar os valores de nossa raça”, estudante Tifane Sandi Reis

Josiane ainda enfatiza que o projeto foi criado em 2010 e tem a função de ser algo permanente na disciplina. “Nós trabalhamos o contexto histórico, buscando trazer para os alunos o que há de clássico e contemporâneo nas danças de matriz africana com vídeos, aulas expositivas e oficinas. O ensino vai desde os movimentos das divindades relacionadas até o samba e o hip hop.”  
 
Segundo a estudante, do 2º ano do Ensino Médio, Tifane Sandi Reis, as professoras são responsáveis por uma iniciativa fundamental na sua aprendizagem. “Antes não tínhamos a abordagem deste assunto. Agora, podemos conhecer muito mais sobre nossas origens e identidade”. Sua colega, Suede Costa, 16, conta sobre sua participação no projeto. “É muito divertido porque aprendemos o assunto de forma livre e podemos resgatar os valores de nossa raça.”
 
Outro projeto da rede estadual que também receberá a premiação é sobre a prática ‘Diálogos da Diversidade’, do professor Francisco Cruz do Nascimento e estudantes do 3º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Paulo César da Nova Almeida, no município de Ibirapitanga, no Baixo Sul.

Foto: acervo pessoal

Premiação
O Prêmio – uma iniciativa que, desde 2002, acumulou cerca de 2.900 práticas educacionais – tem o objetivo de identificar, difundir, reconhecer e apoiar práticas pedagógicas e de gestão escolar que abordem a temática étnico-racial e de gênero, na perspectiva da garantia de uma Educação de qualidade. Nesta edição, a novidade foi o foco específico em práticas com abordagem de gênero, que combatam o racismo e sexismo, bem como valorizem a diversidade em práticas de Educação Escolar Quilombola.  Foram inscritos 643 projetos oriundos das cinco regiões do País e de 24 estados brasileiros. Um Comitê de Seleção, composto por especialistas em relações raciais e diferentes áreas do conhecimento, elaborou os critérios que possibilitaram a escolha das 14 melhores práticas em cada uma das categorias descritas no edital.

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