Secretaria inicia processo de descarte de livros

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Mais de 4 mil livros didáticos do Colégio Estadual Raphael Serravale, na Pituba, que não tinham mais condições de uso, foram doados hoje (16) à Cooperativa Amigos do Planeta, que funciona em Portão, Lauro de Freitas.

Com a medida, amparada na Portaria 359/2011 da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, a unidade liberou mais espaço físico para serem usufruídos pelos alunos e ainda vai ajudar na geração de renda para as 20 famílias de cooperados da Amigos do Planeta.

O Raphael Serravale foi a primeira escola da rede estadual a fazer o descarte de  livros, conforme a Portaria, que prevê a doação de livros que não têm mais condições de uso, seja pelo estado de conservação ou pela defasagem pedagógica.

A ação vai se estender por todas as unidades escolares. No primeiro momento, serão contempladas as unidades de Salvador, Região Metropolitana e Feira de Santana.

“A maioria dos livros venceu no ano passado, mas, como não tínhamos uma política definida para o descarte ou doação, tivemos que mantê-los na unidade”, explica o supervisor do Serravale, Alberto Riecken.

De acordo com o diretor da unidade, Ramilton Cordeiro, o volume de livros doados sinaliza que a comunidade escolar está sabendo conservá-lo. “Mostra que toda o trabalho de conscientização pela preservação dos livros tem tido resultados”.

Quem ficou muito feliz com a iniciativa da Secretaria da Educação foi o presidente da cooperativa. “Essa doação vai representar um aumento significativo na nossa renda”, informa Manoel Basílio Oliveira Rodrigues.

Inclusão - Por mês, os cooperados conseguem uma renda de R$ 200 a R$ 350. Os livros serão vendidos para uma indústria de papel, e parte será destinada à confecção de instrumentos de papel para a escola de música Tocando Ciranda, mantida pela cooperativa para atender aos filhos dos cooperados. “É uma forma de tirar essas crianças da rua e de situações de risco social”, diz Manoel Basílio.

Os estudantes da unidade também ganharam com a iniciativa. É que por conta da falta de espaço na escola, os exemplares tinham sido distribuídos pela biblioteca, laboratório de informática e sala de jogos.

Agora, estas áreas ficarão com espaços mais livres para os alunos circularem. Além da liberação do espaço físico nas escolas, a chegada de novos livros, com conteúdos atuais, também motivam a doação e o descarte.

Enquanto os cooperados colocavam os livros no caminhão, alunos observavam. “Acho muito interessante essa iniciativa. Os livros que não usamos mais vão para pessoas que precisam”, diz a estudante da 5ª série, Brenda de Jesus Santos. A colega dela, Maria Eduarda de Jesus, 11 anos, também aprovou: “Acho bom”, disse Eduarda, que garante que cuida muito bem dos seus livros.

Todo o processo está sendo acompanhado pela coordenação de Monitoramento do Livro Didático, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia. “Acumulamos uma grande quantidade de livros nos armários das escolas ao longo dos anos porque, apesar de estarem obsoletos e até insalubres, fazem parte do patrimônio público e não podem ser descartados ou doados sem critérios”, explica a coordenadora de Monitoramento do Livro Didático, Ana Cristina Carvalho.

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